Fiocruz Amazônia recebe visita da Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz
O Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD / Fiocruz Amazônia) recebeu nesta terça-feira, 8/7, a equipe da Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência (CVSLR) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Tânia Maria Peixoto Fonseca coordenadora da CVSLR, foi recebida por Stefanie Lopes; Diretora do ILMD/ Fiocruz Amazônia, Felipe Naveca; Chefe do Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Reemergentes ou Negligenciados, bem como pela equipe de qualidade e gerência de laboratórios do Instituto.
A visita teve como objetivo o diálogo institucional para o estabelecimento de um processo que possibilite o reconhecimento e credenciamento futuro, de determinados laboratórios da Unidade, como laboratórios de referência, dada importância das inovações, capacitações e outras atividades desenvolvidas, em prol da vigilância em saúde. “Temos a vantagem de ser uma Unidade da Fiocruz, e termos a Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência, que acaba por reconhecer laboratórios que atuam como referência, apesar de não serem cadastrados como tal para o Ministério da Saúde, que é o caso do ILMD/ Fiocruz Amazônia. Os editais para credenciamento de laboratórios de referência saem através de uma portaria. Há toda uma análise para seguirmos com as normativas, e o ILMD à época não pôde se credenciar como tal”, explica Stefanie Lopes.
Para a diretora do ILMD/ Fiocruz Amazônia, a possibilidade de credenciar como referência, laboratórios da Unidade, se dá com a provável liberação de uma nova portaria. “Entendemos que essa é a oportunidade perfeita para nos credenciarmos. Precisamos de algumas adequações, mas já fazemos esse atendimento do serviço para a vigilância. Agora seria o momento de recebermos esse reconhecimento, e assim podermos recebermos insumos e funcionar como um serviço de referência, para além dos acordos que possuímos, a exemplo do mantido com a Fundação de Vigilância em Saúde do Estado do Amazonas”.

Após visita técnica pela Unidade, Tânia Fonseca destacou a relevância das ações do Instituto, que atua em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas. “O Instituto Leônidas & Maria Deane tem se destacado nos últimos anos, principalmente nas respostas às arboviroses. Já durante a pandemia de COVID-19 esse destaque se fez, com várias identificações de novas cepas que foram feitas aqui, pelo grupo liderado por Naveca. Isso tem se consagrado nos últimos anos. No ano passado, vimos a maior epidemia de Dengue das Américas, e em janeiro de 2024, foi identificado por esse mesmo grupo, que o que estávamos tendo em Manaus não era Dengue, mas sim Oropouche. Isso só foi possível, pois o ensaio que identificava foi desenvolvido pelo mesmo grupo e adquirido pela CGLab, o que propiciou que o diagnóstico de Oropouche fosse feito em todo o território nacional”, explica.
A coordenadora da CVSLR destacou ainda o desenvolvimento de estudos que se tornaram políticas nacionais de saúde. “O grupo do pesquisador Sérgio Luz, desenvolveu as Estações Disseminadoras de Larvicidas, que hoje também são política pública ministerial por portaria no país inteiro. Então, faz sentido advogar para que esses laboratórios sejam laboratórios, de fato, referência regional para essa área”, enfatiza Tânia Fonseca.
Para se tornar referência, um laboratório precisa passar por um processo de reconhecimento e credenciamento, que envolve atender a critérios específicos de qualidade, infraestrutura e competência técnica. O processo pode variar dependendo da área de atuação do laboratório e da entidade que o reconhece como referência.
De acordo com Felipe Naveca, chefe do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e coordenador do Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Reemergentes ou Negligenciados do ILMD/Fiocruz Amazônia, a visita é de extrema importância, para que a coordenação conheça a estrutura e realidade dos laboratórios. “A Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência que está nos visitando, sempre nos apoiou e sempre reconheceu o nosso trabalho como um laboratório que presta um serviço de referência para o estado do Amazonas e para outros estados da região, dentro da parte de vigilância de vírus emergentes e reemergentes, aliando a genômica o desenvolvimento diagnóstico. A coordenadora veio conhecer in loco, para que eles possam continuar esse papel de defender nosso trabalho, com o reconhecimento no âmbito de Ministério da Saúde”, explica.
Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência
A Coordenação foi criada em 2017, com o objetivo de articular as atividades e ações de vigilância em saúde realizadas na Fiocruz, com as direções das unidades técnico-científicas e com os órgãos gestores em nível Federal, Estadual e Municipal. Nesse sentido, também contribui para a integração dos Laboratórios de Referência entre si, com as direções das unidades da Fundação e com os órgãos gestores.
As ações da coordenação, visam ampliar e intensificar as relações políticas, programas e ações do Ministério da Saúde e demais órgãos gestores do SUS no que se refere a resposta a situações sanitárias relevantes e de emergência. A Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência também tem como função elaborar, implementar e monitorar os programas de Vigilância em Saúde e de Apoio aos Laboratórios de Referência da Fiocruz, além de coordenar o Núcleo de vigilância em Saúde (NUVES) da Fundação.
ILMD / Fiocruz Amazônia, por Eduardo Gomes.
Fotos: Eduardo Gomes