Fiocruz Amazônia realiza abertura oficial do V Encontro de Pós-Graduação da Instituição

O Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) realizou na tarde desta terça-feira, 10/9, a solenidade de abertura do V Encontro de Pós-Graduação da Instituição. Com o tema “Saúde e Meio Ambiente na Amazônia: Papel dos pós-graduando nos desafios globais”, o encontro se propõe a discutir e divulgar avanços nas pesquisas científicas realizadas pelos pós-graduandos dos programas de pós-graduação do ILMD/Fiocruz Amazônia, promovendo maior integração entre docentes e discentes, incluindo alunos de Iniciação Científica.

Compuseram a mesa de abertura do evento, a Coordenadora Geral de Educação – Adjunta da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Eduarda Cesse; a Vice-diretora de Educação, Informação e Comunicação do ILMD/Fiocruz Amazônia, Rosana Parente; a Coordenadora do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia (PPGVIDA) e coordenadora do evento, Ani Matsuura; o Coordenador geral da Associação de Pós-graduandos da Fiocruz Amazônia (APG), Caio Bonates.

Através de um vídeo, a Diretora do ILMD Amazônia, Stefanie Lopes, falou sobre a importância do evento e dos pós-graduandos para a instituição. “Esse é um evento que já está em sua quinta edição, e agora acontece a cada dois anos, que visa integrar os alunos de pós-graduação do Instituto, discutir temas de suma importância. Como sempre digo, a nossa instituição existe e faz uma ciência de qualidade, por causa desses estudantes. Nós temos mais de 120 alunos matriculados do ILMD, o que é muito superior ao número de servidores que temos. É uma força enorme de trabalho que a gente tem, que são esses estudantes, que desenvolvem pesquisa, promovem conhecimentos, e até evidências para mudar a saúde pública da nossa população amazônica”, destaca.

Confira a programação AQUI.

Ani Matsuura, coordenadora do encontro destacou a relevância do evento para os alunos de pós-graduação que participam da atividade. “Serão dias intensos de muita atividade, muito debate e bastante participação dos pós-graduandos. Hoje realizamos nossa abertura, contemplada por uma palestra que apresentou uma temática focada em saúde e ambiente, bem como os desafios que os pós-graduando enfrentam”, explica Matsuura.

Eduarda Cesse, avaliou os impactos positivos do evento. “O primeiro impacto positivo foi chegar e encontrar um auditório completamente lotado e bem diverso. Isso nos dá a certeza de que a presença do alunos, com os professores e coordenadores, torna o ambiente crítico, coletivo, e assim conseguimos contribuir melhor com as produções de conhecimento que nós fazemos. Esse evento possui um diferencial muito rico, que é a execução feita pelos próprios estudantes que organizam, escolhem os temas, e convidados”, destaca.

Para Rosana Parente, é necessário pontuar a relevância da interação promovida no encontro, entre os alunos dos programas de pós-graduação da sede, juntamente aos da primeira turma de Mestrado em Saúde Coletiva, do PPGVIDA, na modalidade fora da sede, formada exclusivamente por indígenas do Alto Solimões. “É de suma importância esse momento de congregação. Nós ficamos todo o período da pandemia sem nos encontrar. As reuniões aconteciam virtualmente, essa é a primeira que acontece após a pandemia. Estar aqui com nossos alunos de pós-graduação da sede e, também de Tabatinga, reveste-se de uma importância fenomenal para os cursos, e mais ainda para os alunos do interior, que não possuem toda hora a oportunidade de participar de conversas, debates da importância dos que estamos oferecendo aqui”, enfatiza.

Caio Bonates, frisou a relevância dos debates para a realização de estudos e pesquisas que contribuem para o desenvolvimento da região. “Hoje estamos vivendo um dia muito importante, que é estar aqui no encontro dos pós-graduandos, momento de congregarmos, estarmos juntos, discutindo e trazendo à plenária várias pautas que são de suma importância para o desenvolvimento das pesquisas e, como elas podem trazer contribuições significantes para a nossa Amazônia. Falar em nome dos pós-graduandos, enquanto APG, é uma enorme alegria, tenho a certeza de que o evento será maravilhoso”, avalia.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS E IMPACTOS NA SAÚDE

Com o tema “Ocupação da Amazônia, mudanças climáticas e impactos na Saúde: Desafios, Alternativas e Atendimento em Saúde”, Diego Ricardo Xavier, pesquisador do Observatório de Clima e Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica (ICICT) da Fiocruz, apresentou a palestra magna do evento, que reuniu alunos do ILMD/Fiocruz Amazônia, do Programa de Saúde Coletiva da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e do Programa de Doutorado Acadêmico em Saúde Pública na Amazônia (DASPAM) – oferecido em consórcio pelo ILMD/Fiocruz Amazônia, UFAM e UEA.

Segundo o pesquisador, Diego Xavier, o diálogo com esse público potencializa a construção de políticas públicas, que possam atender as demandas da região de maneira mais especial. “Esse encontro é fundamental, pois estamos formando pessoas da região que trazem um olhar diferente. Estar falando com essa comunidade é bastante satisfatório e, a gente espera que eles se interessem cada vez mais pelo tema, estudem e contribuam trazendo um olhar regional, mais sensível, mais especializado, refinado, para conseguir construir políticas e intervenções que atendam a região de forma mais adequada”, disse.

MESTRADO INDÍGENA

Participam do evento, alunos da primeira turma de Mestrado em Saúde Coletiva, do PPGVIDA, na modalidade fora da sede, formada exclusivamente por indígenas do Alto Solimões. “Esse evento é extremamente importante para minha vida acadêmica. O conhecimento científico que está sendo compartilhado aqui em Manaus, é muito importante para que eu possa levar para o interior”, relata Gilberto Marubo, discente do PPGVIDA.

O Encontro da Pós-Graduação do ILMD/Fiocruz Amazônia é realizado desde 2019 (inicialmente de forma anual e atualmente bienal) e nesta quinta edição, haverá entre dias 10 e 12 de setembro, atividades com palestrantes da Região Norte e de outros estados do Brasil, com a inclusão de discentes Egressos dos Programas de Pós-Graduação como palestrantes.

“Para a Fiocruz isso possui uma contribuição muito importante, pois temos 19 unidades técnico-científicas espalhadas nesse Brasil de dimensões continentais, e o ILMD com seus 30 anos, cumpre um papel social de extrema importância nessa região, que possui características próprias culturais, grande padrões de desigualdade, e que juntos, do ponto de vista das articulações nacionais e internacionais, a gente consegue subsidiar gestão para o enfrentamento desses desafios”, pontua Eduarda Cesse.

Por meio de palestras e debates, o evento pretende articular iniciativas de produção de conhecimento nas diversas subáreas da Pós-graduação em Saúde Pública, Saúde Coletiva e Ciências Biológicas, além de contribuir para a criação e/ou fortalecimento de redes/grupos de pesquisa interinstitucionais, proporcionando reflexão e diálogos entre a comunidade técnica e científica, com ênfase aos desafios globais em relação as mudanças climáticas e desigualdades na realidade amazônica com impacto na saúde.

OFICINA

Pela manhã, a coordenação do encontro promoveu como atividade de Pré-evento, a Oficina “Como promover a cooperação para os desafios da saúde única e inserção das pesquisas de pós-graduandos nos debates atuais voltados à COP30?”, mediada por Leandro Giatti, Pesquisador Sênior Visitante do ILMD/ Fiocruz Amazônia.

“Nós estamos convidando pesquisadores e pós-graduandos para trabalhar, interagir e refletir sobre como suas pesquisas tem uma relação com a COP 30, que vai acontecer no Brasil, no ano que vem, e que traz esse amplo debate planetário das mudanças climáticas. Tudo o que nós dialogamos aqui, que envolve a saúde nesse encontro de pós-graduação, tem a ver com com a Amazônia, com as pessoas da Amazônia, com a preservação do bioma amazônico e, com o planeta. Preservar o povo da Amazônia e promover a saúde deles, significa também promover a saúde do planeta”, explica Giatti.

ILMD/Fiocruz Amazônia, Por Eduardo Gomes
Foto: Arquivo / Fiocruz Amazônia