Fiocruz Amazônia premia destaques da 21ª Raic e expõem trabalhos da II Jornada do Programa de Vocação Científica

O Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) encerrou nesta sexta-feira, 7/6, a 21ª edição da Reunião Anual de Iniciação Científica (Raic). O encerramento da programação foi marcado pela tradicional premiação, que anualmente destaca projetos, desenvolvidos por estudantes de graduação de diversas instituições de ensino de Manaus, que integram o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIC) da Fiocruz Amazônia, com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

O último dia de evento, contou ainda com a Exposição dos Trabalhos da II Jornada do Programa de Vocação Científica (Provoc – ILMD/Fiocruz Amazônia). Desenvolvido em parceria com a Secretaria de Estado da Educação–SEDUC/AM, o Provoc representa uma proposta educacional de iniciação científica (IC) nas áreas de Saúde, Ciência e Tecnologia, direcionada a jovens que estão cursando o ensino médio.

Compuseram a mesa de abertura da cerimônia de encerramento, a Diretora do ILMD/ Fiocruz Amazônia, Stefanie Lopes; o Coordenador do Programa de Iniciação Científica (PIC – ILMD/ Fiocruz Amazônia), Yury Chaves; a Coordenadora local do Provoc, Ormezinda Fernandes. O evento iniciou na terça-feira, 4/6, com a palestra “Infodemia: Como Combatê-la na Era da Informação?”, ministrada pela Dra. em Ciências da Informação, Cristiane Barbosa, professora do curso de Jornalismo da Faculdade de Informação e Comunicação, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

Stefanie Lopes, explicou a relevância institucional dos investimentos feitos em prol da iniciação científica. “Ser uma instituição que está atuando na formação em ciência, de alunos do ensino médio e na graduação, é muito importante. Esses alunos são parte dessa instituição e constituem algo que é grandioso para nós, que é formar, divulgar, incentivar a carreira científica, demonstrando que sem ciência nosso país não avança. Temos 28 alunos no Provoc e 45 de Iniciação Científica, que representam o cumprimento de uma missão, que é mostrar à nossa sociedade que ciência é importante”, destaca.

A Raic possui o objetivo de reforçar a importância da iniciação científica na construção do conhecimento e incentiva os jovens pesquisadores a prosseguirem nas carreiras acadêmicas. Durante a programação, os estudantes apresentam resultados dos projetos desenvolvidos no período de vigência do PIC, por meio da exposição e discussão de seus trabalhos, para avaliação dos projetos e intercâmbio de experiências entre estudantes, pesquisadores e demais profissionais.

Yury Chaves, avaliou de forma positiva a 21ª Raic. “A coordenação do programa sente que durante esses dias de grandes apresentações tivemos ótimos trabalhos e grande desempenho dos alunos. Fico muito feliz em ver esses jovens participando e espero que sigam seus caminhos, desenvolvendo ciência, seja pela Fiocruz ou em qualquer Instituição que traga benefício para a sociedade”, pontua.

Durante os quatro dias de evento, 44 trabalhos de graduandos, divididos nas sessões temáticas de Microbiologia, Biotecnologia e Bioprospecção, Parasitologia e Imunologia, Entomologia, Saúde Coletiva e Epidemiologia, foram apresentados. Durante as apresentações, os bolsistas foram avaliados quanto a apresentação e relatórios submetidos a uma banca de avaliadores de diversas instituições do Estado e nacionais, de acordo com a temática.

Os projetos que se destacaram durante a 21ª Raic, receberam certificado de honra ao mérito e premiação, sendo um em cada categoria. O evento destaca anualmente projetos desenvolvidos por estudantes que integram o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIC) da Fiocruz Amazônia.

O trabalho intitulado “Investigação do perfil lipídico em tecidos cervicais de mulheres diagnosticadas com neoplasias intraepiteliais cervicais de alto grau”, apresentado por Giovanna Marques, buscou encontrar lipídios no corpo, capazes de distinguir mulheres que estão com lesões graves no colo do útero, que precedem o câncer cervical, colaborando para o diagnóstico precoce da doença e futuros tratamentos. “Ver esse estudo ser reconhecido é muito gratificante, tanto para mim, como para toda a equipe que colaborou nesse projeto, pois é algo que tem impacto muito grande no Amazonas e, para mulheres de todo o Brasil. Espero que esses resultados possam contribuir para um melhor diagnóstico de todas as mulheres que têm essas neoplasias, essas lesões que são o centro do meu estudo, além de ajudar a saúde de todas as brasileiras”, comemora a vencedora do melhor trabalho na sessão Biotecnologia e Bioprospecção.

Conheça os alunos e projetos premiados:

ENTOMOLOGIA

Bolsista PAIC/FAPEAM: Emanuele Ferreira Fernandes

Orientador: Felipe Arley Costa Pessoa

Título do trabalho: Composição e diversidade de flebotomíneos em paisagens silvestres e sinantrópicos, de duas localidades na região da Amazônia brasileira.

BIOTECNOLOGIA E BIOPROSPECÇÃO

Bolsista PAIC/FAPEAM: Giovanna Melo Marques

Orientadora: Priscila Ferreira de Aquino.

Título do trabalho: Investigação do perfil lipídico em tecidos cervicais de mulheres diagnosticadas com neoplasias intraepiteliais cervicais de alto grau.

SAÚDE COLETIVA

Bolsista PAIC/FAPEAM: Peterson Carvalhal Sousa

Orientador: Marcilio Sandro de Medeiros.

Título do trabalho: Reconquista das Altas Coberturas Vacinais: Perspectivas da Educação Popular em Saúde no âmbito das atividades do Projeto Agentes Populares de Saúde Amazonas.

MICROBIOLOGIA

Bolsista PAIC/FAPEAM: Kamila Pereira de Araujo

Orientadora: Priscila Ferreira de Aquino.

Título do trabalho:  Prevalência e fatores associados à coinfecção de Papilomavírus humano e Chlamydia trachomatis em mulheres com lesões intraepiteliais cervicais de alto grau.

PARASITOLOGIA E IMUNOLOGIA

Bolsista PIBIC/CNPq: Isabele Rodrigues Praxedes

Orientador: Yury Oliveira Chaves

Título do trabalho: Impacto da disfunção mineral óssea na exaustão celular de linfócitos T em pessoas vivendo com HIV/AIDS sob tratamento antirretroviral.

EPIDEMIOLOGIA

Bolsista PIBIC/CNPq: Nelson Lima Luz

Orientador: José Joaquín Carvajal Cortés

Título do trabalho: Construindo bases para diagnóstico da malária utilizando inteligência artificial.

PROJETO INOVADOR

Bolsista PIBIC/CNPq: Nelson Lima Luz

Orientador: José Joaquín Carvajal Cortés

Título do trabalho: Construindo bases para diagnóstico da malária utilizando inteligência artificial.

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Sob responsabilidade do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT/ ILMD Fiocruz Amazônia), a premiação passa por avaliação de uma banca externa, que avalia o projeto de pesquisa e desenvolvimento tecnológico e/ou produto, portanto, concorrem somente os projetos que ofereçam essa possibilidade. Nesta edição, Nelson Lima Luz, foi o aluno contemplado.

“É um misto incrível de sensações, sentimento de dever comprido, felicidade e muito orgulho de ter encerrado o ciclo do meu 2º ano de iniciação científica desta forma. Tivemos um evento excelente, com vários projetos incríveis, e pude me destacar com esse projeto de Inteligência Artificial para o diagnóstico da malária em duas categorias, a primeira como destaque na sessão de epidemiologia e, a segunda como projeto inovação tecnológica”, destaca Luz.

INTERCÂMBIO

No ano passado, durante a 20° Raic, Nelson Luz, foi contemplado como o melhor projeto da sessão “Saúde Coletiva”, além de ter sido escolhido para representar o ILMD / Fiocruz Amazônia e, o Núcleo de Patógenos, Reservatórios e Vetores na Amazônia – PReV Amazônia, do Laboratório Ecologia de Doenças Transmissíveis na Amazônia (EDTA), no evento de boas-vindas dos alunos do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) e de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), na sede da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro (RJ).

“É incrível ter conseguido alcançar todas essas conquistas com meu projeto, notar a evolução profissional e pessoal que alcancei, além de poder ver colegas serem comtemplados a vivenciar essa mesma experiência, que de fato vai marcar a vida científica de cada um deles. Foi tudo verdadeiramente mágico e, só posso agradecer a Instituição, meus orientadores e toda a coordenação por essa oportunidade”, explica.

Em detrimento de terem obtido as maiores notas da 21ª Raic, no ano em que a Fiocruz Amazônia comemora seus 30 anos de existência, os alunos Peterson Carvalhal Sousa, Isabele Rodrigues Praxedes e Kamila Pereira de Araujo, irão participar da acolhida dos alunos de Iniciação Científica, na sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro.

“Estou muito feliz e muito grata por essa oportunidade. É um sonho conhecer a Fiocruz no Rio de Janeiro, além de conhecer tudo o que eles desenvolvem, as pesquisas e todas as colaborações que eles trouxeram para nós de forma geral, no país e para nossa região. Também fico muito grata pela oportunidade de conseguir apresentar meu trabalho e perceber como pudemos evoluir do ano passado para este ano. Trouxemos resultado novos, e por ser um projeto muito promissor, eu sei que vai trazer muitos benefícios para a população do nosso estudo”, pontua Isabele Praxedes.

INICIAÇÃO CIENTÍFICA

O Programa de Iniciação Científica da Fiocruz Amazônia tem como objetivos despertar a vocação científica e incentivar novos talentos potenciais entre estudantes de graduação; contribuir para a formação de recursos humanos para a pesquisa e inovação tecnológica nos Determinantes Socioculturais, Ambientais e Biológicos do Processo Saúde-Doença-Cuidado para a melhoria das condições sociossanitárias na Amazônia;  estimular pesquisadores produtivos a envolverem estudantes de graduação em suas atividades científicas, tecnológicas e profissionais; e proporcionar ao bolsista, orientado por pesquisador qualificado, a aprendizagem de técnicas e métodos de pesquisa, bem como estimular o desenvolvimento do pensamento científico e da criatividade, decorrentes das condições criadas pelo confronto direto com os problemas estudados ou alvo da pesquisa.

VOCAÇÃO CIENTÍFICA

28 trabalhos de estudantes da rede pública de ensino de Manaus, sendo 21 da etapa iniciação e 7 da etapa avançado, foram expostos para a comunidade acadêmica e científica, durante a II Jornada do Programa de Vocação Científica (Provoc – ILMD/Fiocruz Amazônia). Participam da mostra, estudantes do Colégio Amazonense Dom Pedro II; Colégio Brasileiro Pedro Silvestre; Escola Estadual Sant’ Ana; e Escola Estadual Ângelo Ramazzotti, que integram o Provoc.

Ormezinda Fernandes, coordenadora local do programa, enfatizou a importância do incentivo aos jovens, visando o despertar vocacional ainda no ambiente escolar. “É com muita satisfação que a gente vê esse auditório repleto de jovens estudantes, de jovens promissores à ciência. É isso que a gente vem estimular com o Provoc, com a iniciação científica, o despertar para a ciência”, frisa.

O objetivo do Provoc é possibilitar ao estudante de ensino médio a vivência em ambientes de pesquisa e conhecer o cotidiano de trabalho dos pesquisadores, proporcionando a experiência de aprender ciência na prática. Com essas vivências o Programa de Vocação Científica estimula ao jovem seguir uma carreira científica, especificamente, nas áreas de pesquisa e desenvolvimento tecnológico.

Vice-coordenadora local do Provoc, Anizia Aguiar, destacou os esforços da Fiocruz, no desenvolvimento de programas que visam a formação científica dentro da educação básica. “É muito importante a gente perceber que a Fiocruz é uma instituição que olha para a pesquisa científica, não apenas no que acontece com pesquisadores já consagrados, mas que vê nos jovens, a possibilidade de surgirem grandes cientistas. Os trabalhos apresentados hoje, mostram uma diversidade em temáticas, propostas, possibilidades, então a experiência tem sido muito enriquecedora para nós da Fiocruz, e para eles”, explica.

Em agosto, a Fiocruz Amazônia estará presente na I Jornada Nacional do Provoc, evento que vai reunir de forma inédita, estudantes de todos as Unidades da Fiocruz no Brasil, comtempladas pelo programa. “Esse ano teremos um evento especial, que é a primeira jornada nacional do Provoc, no Rio de Janeiro. Selecionamos 17 alunos irão participar desse evento. Vão estar presentes todas as Unidades da Fiocruz, então essa interação vai ser muito importante para eles”, explica Ormezinda.

Professora de Biologia da Escola Estadual Ângelo Ramazzotti, Grasiela Saraiva, avalia os benefícios do Provoc na vida dos estudantes. “É uma experiência única na vida deles, pois isso tudo aqui é muito distante da realidade deles. Esse universo da ciência está muito longe do meio em que eles vivem e essa oportunidade de participar, se envolver, estudar, aprender é algo que eles irão levar para o resto da vida e, que vai abrir portas. A escola agradece por essa parceria, por esse crescimento que a gente acaba levando não só para os alunos, mas também para a escola, pois outros alunos também acabam sendo incentivados a participar dos processos seletivos e desenvolver uma nova visão de vida”, conta.

O Programa de Vocação Científica (Provoc) foi criado em 1986 pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Em 38 anos de existência, cerca de 1000 pesquisadores participaram do Programa, orientando mais de dois mil alunos, oriundos de 15 instituições de ensino do Rio de Janeiro, em 19 unidades de pesquisa da Fiocruz. Outras centenas de alunos e orientadores também têm vivenciado o Programa de Vocação Científica nos demais centros regionais da Fiocruz e instituições de pesquisa.

ILMD / Fiocruz Amazônia, por Eduardo Gomes
Fotos: Eduardo Gomes