Fiocruz Amazônia realiza circuito de palestras e oficinas para o Mais Meninas na Fiocruz 2023
O Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) encerrou nesta quarta-feira, 21/06, mais uma etapa da programação alusiva ao Programa Meninas e Mulheres na Ciência – Mais Meninas na Fiocruz 2023, realizando uma rodada de atividades voltadas para estudantes do Ensino Médio e cursos de graduação, dentro do Projeto “Menina hoje, cientista amanhã: na trilha da carreira científica na Amazônia”. O objetivo do projeto é estimular que cada vez mais meninas e jovens mulheres estudantes de escolas e universidades tenham a oportunidade de vivenciar a produção de Ciência e Tecnologia, de modo a integrá-las como parte de sua formação acadêmica e de vida. A programação teve início em maio, com a Roda de Conversa Saberes dos Povos Originários, em parceria com a Fiocruz Minas Gerais, e se estenderá até o final do ano, de acordo com a vice-diretora de Pesquisa e Inovação da Fiocruz Amazônia, Stefanie Lopes.
Nos dias 19 e 21/06, aconteceu na sede do ILMD/Fiocruz Amazônia, o circuito de palestras e oficinas intitulado “Mulheres Amazônidas e a perspectiva da carreira na pesquisa nas áreas biomédicas e biotecnológica”, com a participação de estudantes do curso de Biotecnologia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e do curso de Biomedicina do Centro Universitário Fametro, no primeiro dia, e alunas do 3º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Senador Manoel Severiano, no dia 21/06. Os estudantes puderam assistir palestras sobre “Biomedicina e suas áreas de atuação”, Biotecnologia e suas áreas de atuação” e “Empregabilidade feminina na Ciência”. Além disso, foram ministradas ofocinas “DNA do Morango” e “Coloração de Gram”, por universitários da Liga Acadêmica de Imunologia e Hematologia, do Centro Universitário Fametro, e Liga Nacional dos Acadêmicos em Biotecnologia, da UFAM.
Serão realizadas ainda este ano as oficinas “O que é uma cientista?”, prevista para o mês de setembro, e a apresentação da peça teatral “Você: a história de uma pessoa vivendo com HIV”, em outubro. A oficina visa estimular vocações científicas e desenvolver a reflexão de forma lúcia entre as crianças sobre o fazer Ciência na Amazônia. O público-alvo da atividade serão crianças e adolescentes, de 7 a 18 anos, migrantes venezuelanos da Comunidade Santo Expedito, em Manaus. Já a peça teatral se destina a jovens com idade entre 15 e 20 anos, alunos do Ensino Médio, dos Centros de Educação de Tempo Integral (CETI). O objetivo é produzir, disseminar e compartilhar conceitos científicos de forma simples, lúdica e agradável abordando a temática HIV/Aids para jovens mulheres de modo que contribuam para a prevenção e desmistificação de preconceitos.
Durante a roda de conversa sobre “Saberes dos povos originários”, ocorrida no dia 10/05, a parceria Fiocruz Amazônia/Fiocruz Minas possibilitou uma experiência de diálogo virtual entre duas jovens comunicadoras da Rede de Mulheres Indígenas do Estado do Amazonas (Makira E’ta), de Manaus, e alunos da Escola Municipal Aurélio Pires, da rede de ensino de Belo Horizonte (MG). A conversa foi mediada pelas pesquisadoras Fabiane Vinente, da Fiocruz Amazônia, e Cristiana Brito, do Instituto René Rachou/Fiocruz Minas. As jovens da Rede Makira E’ta contaram suas experiências como jovens mulheres indígenas para as alunas da escola mineira.
Uma das jovens, Ketlen Santos, 22, afirmou que a roda de conversa foi, sobretudo, uma oportunidade de troca de conhecimentos. “Foi muito legal porque conhecemos jovens, mesmo que de forma virtual, interessados em conhecer nossa cultura e saber como vivemos. Naquele dia, foi muito especial porque as perguntas delas foram muito extrovertidas e interessantes de responder. Só tenho a agradecer à Fiocruz pela oportunidade”, disse, na ocasião, a estudante, que está se preparando para cursar uma faculdade.
A vice-diretora de Pesquisa e Inovação, Stefanie Lopes, explicou que a programação do Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, comemorado em 11 de fevereiro, tem o objetivo de dar visibilidade ao papel e às contribuições fundamentais das mulheres nas áreas de pesquisa científica e tecnológica, comprometida com a promoção da equidade de gênero na Ciência, em consonância com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) na Agenda 2030. A data foi instituída em 2015, durante Assembleia das Nações Unidas, e passou a integrar o calendário de eventos da Fiocruz em 2019.
Alunas do 3º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Manoel Severiano, Yasmim Monteiro e Jayane Mendes, ambas com 17 anos, participaram do ciclo de palestras e das oficinas do dia 21/06. “Foi uma oportunidade e tanto de conhecer áreas da Ciência que estão tão próximas do nosso dia-a-dia e muitas vezes não percebemos que podem ser alternativas para o nosso futuro profissional”, afirmou Jayane. Para a professora de Educação Física Auriene Coelho, que acompanhou o grupo, palestras como a oferecida pelo “Projeto Meninas hoje, cientistas amanhã” ajudam a abrir a mente dos estudantes. “Geralmente, são alunos que ainda não sabem que carreira desejam seguir, as palestras abrem uma gama de sugestões para que possam sentir interesse por novas tecnologias e novos conhecimentos”, opinou.