Aula inaugural da Fiocruz Amazônia aborda pandemia de Covid-19 no Brasil e na Amazônia

Com o tema “A pandemia de Covid-19 no Brasil e na Amazônia” o Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) deu início, nesta segunda-feira, 15/3, ao ano letivo Institucional para os cursos de mestrado dos programas de Pós-Graduação em Biologia da Interação Patógeno-Hospedeiro (PPGBIO-Interação) e de Pós-Graduação em Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia (PPGVIDA).

Em formato virtual, a solenidade de abertura contou a presença da vice-presidente de educação, informação e comunicação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Cristiani Vieira Machado; o diretor do ILMD/ Fiocruz Amazônia, Sérgio Luiz Bessa Luz; a coordenadora geral de pós-graduação da Fiocruz, Maria Cristina Guilam; representando a vice-diretoria de educação, informação e comunicação da Fiocruz Amazônia, Stefanie Lopes.

Também compuseram a solenidade de abertura, a diretora presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Márcia Perales; a coordenadora do curso de doutorado em Saúde Pública na Amazônia, Maria Luiza Garnelo; a coordenadora do curso de mestrado em Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia (PPGVIDA), Ormezinda Fernandes; a coordenadora adjunta dos cursos de mestrado e doutorado em Biologia da Interação Patógeno Hospedeiro – (PPGBIO-Interação), Priscila Aquino; o coordenador do mestrado Profissional em Saúde da Família – Profsaúde, Julio Cesar Schweickardt.

O evento online reuniu aproximadamente 100 pessoas simultaneamente. A atividade oportunizou uma Mesa Redonda, comtemplando a temática “A pandemia de Covid-19 no Brasil e na Amazônia”, que contou com palestras dos pesquisadores, Bernardo Horta, da Universidade Federal de Pelotas e, Felipe Naveca do ILMD/Fiocruz Amazônia.

Sérgio Luz, Diretor do ILMD/Fiocruz Amazônia deu as boas-vindas aos novos alunos e, avaliou os esforços da Instituição, no campo da capacitação, mesmo diante de um cenário pandêmico. Na oportunidade, ele destacou a relevância de ações que descentralizam e ao mesmo tempo ampliam as ações de capacitação nos municípios do Amazonas.

“Sejam bem-vindas as novas turmas. Acho que a Fiocruz está no caminho certo, nós podemos alcançar resultados, apesar de tudo isso, de toda essa situação, dessa pandemia que está trazendo para todo o Brasil, em especial trouxe para a gente no Amazonas. Estamos com cursos em andamento, estávamos com cursos de atualização em todos os 62 municípios do Estado do Amazonas, com atualizações nas cidades Polo do estado, com mestrado e doutorado e, continuamos com essas novas iniciativas do VigiFronteiras, que com certeza é uma iniciativa que descentraliza a nossa pós-graduação de Manaus para Tabatinga e, com isso, a gente amplia a nossa colaboração com as fronteiras com uma grande importância epidemiológica no Amazonas e no Brasil inteiro”, relatou Luz.

Cristiani Machado, Vice-Presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) destacou o papel da Instituição na Amazônia, ressaltando os avanços e conquistas na área do ensino. “A Fiocruz Amazônia é uma unidade antiga, com importância muito grande na região em termo de pesquisa. Acho muito importante comentar também como como as ações do ILMD cresceram em termos de pós-graduação nos últimos anos”, pontou.

A Coordenadora Geral de Pós-graduação da Fiocruz, Maria Cristina Guilam, reafirmou o apoio da coordenação, além de destacar conquistas da Unidade. “São tantas ações novas, como o ProfSaúde e a presença da Fiocruz Amazonas na rede Bionorte, os programas de Stricto Sensu, o edital da Amazônia Legal que a Fiocruz Amazonas conseguiu ganhar e, enfim tantas coisas boas para nós comemorarmos. Quero desejar a todos um excelente ano letivo e quero reiterar aqui o apoio da coordenação Geral de educação à Fiocruz Amazonas, reiterar o papel estratégico em relação a presença da instituição na região da Amazônia Legal e dizer a todos os alunos que sejam muito bem-vindos, além de desejar saúde a todos nós”, disse.

A Diretora Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), Márcia Perales, falou sobre a importância dos investimentos no campo da pós-graduação, além de ressaltar os esforços da fundação para reforçar o fomento em meio a pandemia. “A FAPEAM tem esse entendimento, assim como o Governo do Estado também, de que esse investimento em fomento à pesquisa, em capacitação de recursos humanos é crucial para responder a pandemia, mas não apenas isso, um conjunto de outros problemas que são colocados. Me refiro mais ao âmbito regional e aos problemas nossos do Amazonas e da região Amazônica, especialmente com relação a pós, que nós lançamos agora na edição 2021/2022 do programa de apoio a pós-graduação stricto sensu”, explicou.

Representando a Vice-Diretoria de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz Amazônia, Stefanie Lopes, abordou as estratégias da Instituição para potencializar a formação de recursos humanos, considerando o ensino remoto. “A Fiocruz não poupou esforços para atuar no enfrentamento dessa pandemia e ainda conseguiu elaborar um plano educacional que vem sendo ferramenta nos cursos e a formação de docentes no ensino remoto, além de permitir a continuidade na formação de recursos humanos. Celebramos em meio a essa crise sanitária o momento mais profícuo da nossa unidade, onde a gente percebe o incremento do número de programas de pós-graduação e, uma oferta substancial no número de vagas em cursos de especialização e atualização Isso tudo vai levar ao final do incremento dos recursos humanos para atuarem no Amazonas, em diversas interfaces da saúde pública para os próximos anos”, frisou.

Para Maria Luiza Garnelo, coordenadora do Curso de Doutorado em Saúde Pública na Amazônia, apesar dos obstáculos enfrentados, os avanços na execução das atividades letivas podem ser considerados significativos. “É um prazer muito grande participar da abertura do nosso ano letivo desafios são grandes porque nós tivemos bastante sucesso apesar da pandemia. No balanço geral, a gente tem tido sucesso, as dificuldades são grandes, mas estamos avançando”, concluiu.

Coordenador do Mestrado Profissional em Saúde da Família – Profsaúde, Julio Cesar Schweickard destacou os desafios e a realidade de trabalhar as atividades acadêmicas com profissionais que atuam diretamente na linha de frente do combate ao Covid-19. “É bem importante a abertura do semestre letivo de modo virtual, assim como tem sido desde o ano passado, as nossas atividades acadêmicas e nossas atividades de pesquisa. Com o ProfSaúde temos trabalhado com os alunos que são do serviço e tem sido bem complexo, bem difícil a gente trabalhar de modo acadêmico, com muitos dos alunos atuando na linha de frente do enfrentamento à COVID. Mas acredito também que a pós-graduação, tem dado a eles, segundo a avaliação desses próprios alunos, condições e esperança que a gente possa saber lidar da melhor forma, como trabalhar com os usuários, principalmente devido ao perfil dos nossos alunos que são da atenção básica”, enfatizou.

Priscila Aquino, Coordenadora Adjunta dos Cursos de Mestrado e Doutorado em Biologia da Interação Patógeno Hospedeiro (PPGBIO-Interação), pontuou o empenho de todos os envolvidos no processo educacional, em especial sobre a adaptação so novos formatos e ferramentas virtuais, necessárias no ensino remoto. “Novas abordagens e ferramentas tecnológicas e educacionais foram inseridas em nosso contexto, ao passo que alunos, professores, orientadores e coordenadores foram adaptados a essa nova realidade. Realizamos aulas, reuniões, palestras, simpósios, congressos e até processos seletivos nesse novo normal, dentro de uma realidade mais virtual na pós-graduação, em especial para o PPGBIO-Interação. Hoje é um dia muito especial, onde damos as boas-vindas à quinta turma de mestrado e à primeira turma de doutorado”.

Ormezinda Fernandes, Coordenadora do Curso de Mestrado em Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia (PPGVIDA), parabenizou e ressaltou a importância da participação de todos os alunos. “A educação e a saúde são postes para iluminar essa nação, para que essa nação cresça. Hoje a nossa realidade é o virtual, são as aulas virtuais e, nossos alunos também estão colaborando, participando desse momento. Então, a gente dá boas-vindas aos alunos novos e agradecemos todos os outros, que ao longo do ano de 2020 estiveram presentes em todos os momentos”, disse.

MESA REDONDA

Sob o título “Vigilância Genômica do SARS-CoV-2 no Amazonas-Brasil”, o virologista, pesquisador e vice-diretor de Pesquisa e Inovação do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), Felipe Naveca, falou sobre o comportamento do vírus causador da Covid-19, desde o primeiro sequenciamento genético feito no Norte do País, no final de março do ano passado, por ele e sua equipe de pesquisa, bem como sobre a atuação da Unidade da Fiocruz  no Estado, na realização de exames de PCR em tempo real, distribuição de EPIs, testes rápidos, treinamentos e pesquisas relacionadas a Covid-19.

Naveca destacou ainda o avanço da variante brasileira do SARS-CoV-2, chamada de P.1, nos meses de dezembro do ano passado a janeiro deste ano, no Amazonas, e o apoio da Fiocruz Amazônia a outros estados no campo da genômica.

Com o tema “Epidemiologia da covid-19, estudo brasileiro e do Rio Grande do Sul”, o pesquisador, Bernardo Horta, da Universidade Federal de Pelotas abordou estudo populacional sobre a pandemia da Covid-19 no Rio Grande do Sul, em parceria com outras universidades gaúchas e o Governo do Estado.

A pesquisa levantou a proporção de casos de infecção, incluindo pessoas sem sintomas, e a evolução da doença por meio de uma amostragem dos participantes nas oito regiões intermediárias do Rio Grande do Sul segundo critério do IBGE: Pelotas, Santa Maria, Uruguaiana, Ijuí, Passo Fundo, Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul/Lajeado e região metropolitana de Porto Alegre.

Por Eduardo Gomes, Marlúcia Seixas e Diovana Rodrigues
Imagens: Reprodução Zoom