Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz discute saúde indígena e pandemia

O Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz promoverá no próximo dia 16 de setembro (excepcionalmente numa quarta-feira), das 10h às 12h, um encontro virtual de formação abordando o tema “A Saúde indígena em tempos de pandemia”.

Como é sabido, a chegada do novo coronavírus (Covid-19) trouxe preocupação para toda a população mundial. No entanto, para populações que já viviam em situações socialmente vulneráveis, como é o caso dos povos e territórios indígenas no Brasil, a pandemia chegou com ares de extermínio. Ainda é bem viva na memória desses povos os efeitos de doenças infecciosas, como gripe e sarampo, que dizimaram etnias e foram usadas como arma contra os povos originários.

Os indígenas brasileiros, em sua totalidade, vivem hoje em situações precárias do ponto de vista social, econômico e alimentar. Além disso, estudos apontam elevadas prevalências de diferentes doenças e agravo s à saúde na população indígena, o que torna essas pessoas mais vulneráveis a complicações do coronavírus. Soma-se a este quadro a dificuldade de acesso aos serviços públicos essenciais, de informação e de um crescente desmonte das políticas indigenistas.

Considerando tudo isso, o Comitê, na sua missão de dialogar e propor ações de equidade de raça, traz a questão da saúde indígena para reflexão do grupo, abrindo o debate para o grande público. Participam desse encontro: Carmem Pankararu, da etnia de mesmo nome (Pankararu), cujo território ocupa os municípios de Petrolândia, Tacaratu e Jatobá, no sertão de Pernambuco, técnica em administração e presidente do Sindicato Nacional dos Profissionais e Trabalhadores de Saúde Indígena; e João Paulo Tukano, da etnia Yepamahsã (Tukano), do município de São Gabriel da Cachoeira (AM), graduado em Filosofia, mestre e doutorando em Antropologia Social pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), pesquisador do Núcleo de Estudos da Amazônia Indígena (NEAI) e fundador do Centro de Medicina Indígena Bahserikowi.  Para fazer a mediação do debate, o encontro virtual terá a participação de Fabiane Vinente, pesquisadora e antropóloga do Laboratório Território, Ambiente, Saúde e Sustentabilidade do Instituto Leônidas & Maria Deane (Fiocruz Amazônia).

Essa edição do encontro virtual será mediada por Rita Bacuri, integrante do Comitê Pró-Equidade pela Fiocruz Amazônia, e contará tradução para a Língua de sinais brasileira (Libras), a fim de ampliar a acessibilidade e o direito à comunicação e informação. A transmissão será feita pelo canal do YouTube da VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz que pode ser acessado em youtube.com/videosaudedistribuidoradafiocruz.

O Comitê

 O Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz foi criado em 2009, para consolidar uma agenda institucional pelo fortalecimento dos temas étnico-raciais e de gênero na Fundação, colaborando para uma constante atualização e reorientação de suas políticas, bem como de suas ações, seja nas relações de trabalho, seja no atendimento ao público e na produção e popularização do conhecimento. Em 2018, passou a ser gerido por uma coordenação colegiada, sendo a promoção da equidade de gênero, diversidade sexual e das relações étnico-raciais na Fiocruz, prioridade do Comitê, em alinhamento com o posicionamento da instituição em defesa dos direitos humanos, do reconhecimento e valorização da diversidade e combate às desigualdades.

Rita Vasconcelos (Fiocruz PE/ Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz)