Fiocruz Amazônia integra comissão responsável pela construção do Plano Diretor de Política, Planejamento e Gestão da Saúde

A Fiocruz Amazônia esteve presente na oficina destinada à construção do Plano Diretor de Política, Planejamento e Gestão da Saúde, compondo pela primeira vez a coordenação colegiada da Comissão de Política, Planejamento e Gestão da Saúde da Abrasco, responsável pela elaboração do plano. A atividade foi realizada pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), no último dia 5/08, no Rio de Janeiro. A iniciativa conta com apoio da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde (SGTES/MS). O encontro reuniu integrantes da comissão, gestores e pesquisadores da área, dando sequência a um processo coletivo e participativo de planejamento estratégico para os próximos anos da área. A atividade integrou a programação do pré-congresso do VIII Congresso Latino-Americano de Medicina Social e Saúde Coletiva (Alames – 2025) e foi realizada na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

O presidente da Abrasco, Rômulo Paes, destacou o papel estratégico da Associação na liderança do processo de elaboração do plano, ressaltando a importância de construir diretrizes coletivas para o fortalecimento das políticas públicas em saúde: “A construção de um Plano Diretor para a área de Política, Planejamento e Gestão da Saúde é um marco para a Abrasco. Ao fomentar esse processo, reafirmamos nosso compromisso com o fortalecimento do SUS e com a produção de políticas públicas construídas a partir do diálogo entre diferentes saberes, territórios e experiências. É também uma forma de planejar nosso papel político e técnico de forma estratégica, olhando para os desafios do presente e do futuro.”, afirma.

A vice-presidente da Abrasco, Carmem Leitão, destacou que a iniciativa é uma aposta na forma de atuar da Saúde Coletiva: “Estamos construindo algo que é uma aposta de que é possível fazer algo juntos. Para isso, vai exigir pensamento estratégico, continuidade, monitoramento e capacidade de agir no mundo”. O plano também busca valorizar a diversidade territorial, institucional e epistemológica que marca o campo da política, planejamento e gestão em saúde. “A pluralidade que temos precisa ser potencializada e enriquecida”, afirmou Carmem. “Queremos trazer diferentes atores para esse processo, respeitando diferentes realidades e capacidades institucionais.”, reflete.

O pesquisador em Saúde Pública Rodrigo Tobias, da Fiocruz Amazônia, reforçou a necessidade de aproximar a política pública das necessidades da sociedade. “Uma invenção importante deste plano é não entender as políticas públicas dissociadas das necessidades da população”, pontuou. Entre os desafios apontados, está a incorporação de pautas emergentes, como as mudanças climáticas e seus impactos sobre a saúde. “Clima e saúde não é simplesmente um papo de pesquisador. É necessário pensar em sistemas de saúde resilientes às emergências climáticas”, afirmou Tobias.

A oficina deu continuidade a um caminho de construção coletiva, voltado à qualificação da área frente aos desafios atuais e futuros do SUS, reforçando o compromisso da Abrasco com o fortalecimento da gestão e do planejamento em saúde. Ao longo dos próximos meses, estão previstas novas etapas: a realização de um seminário, entrevistas, escuta aos Grupos Temáticos e a realização de reuniões ampliadas. Sua versão final será apresentada durante o 14º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão 2025), que ocorrerá em novembro.

ILMD/Fiocruz Amazônia, por Júlio Pedrosa e Ascom / Abrasco

Foto: Letícia Massulo / Abrasco