Cônsul-geral do Japão em Manaus visita Fiocruz Amazônia para debater cooperação
O Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) recebeu visita do cônsul geral do Japão, em Manaus, Masahiro Ogino, juntamente com o primeiro secretário e adido médico da Embaixada do Japão, em Brasília, Takaharu Shimazaki, para estreitar os laços e debater possíveis formas de cooperação entre a instituição e o Governo do Japão, a partir de atividades, sobretudo projetos de pesquisa em saúde, desenvolvidas pela Fiocruz Amazônia. A comitiva foi recebida pela diretora da Fiocruz Amazônia, Adele Schwartz Benzaken, e a vice-diretora de Pesquisa e Inovação, Stefanie Lopes, acompanhadas pelo biólogo e pesquisador português Henrique Silveira, professor de Protozoologia do Instituto de Higiene e Medicina Tropical de Lisboa e colaborador do ILMD/Fiocruz Amazônia em pesquisas sobre malária. A visita ocorreu no último dia 2/12. Após reunião, o grupo percorreu as instalações da sede da Fiocruz Amazônia.
Durante a reunião, a diretora do ILMD destacou a importância do Governo do Japão no papel de incentivador de pesquisas nas áreas de Ciência & Tecnologia, no mundo, entre os quais um projeto coordenado no Brasil pela Fiocruz Amazônia, em parceria com a Universidade de Kanazawa, e a Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado, de pesquisa pré-clínica para fabricação de vacina contra a malária vívax. “É uma satisfação para nós poder contar com esse apoio e futuramente a advocacy do Consulado Geral do Japão a outros projetos que desenvolvemos e pretendemos apresentar ao Comitê de Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia (CAPDA), da Suframa, onde a presença de indústrias japonesas é bastante significativa”, observou Adele Benzaken, lembrando que o segmento já contribui com instituições locais. “A ideia é obter o apoio das indústrias japoneses do Pólo Industrial de Manaus aos nossos projetos”, explicou.
A vice-diretora de Pesquisa e Inovação, Stefanie Lopes, responsável local pela coordenação dos estudos pré-clínicos para a produção da vacina contra malária vívax, destacou que o trabalho é coordenado pelo pesquisador Shigeto Yoshida, da Universidade de Kanazawa, e as universidades de Hokkaio, Kyoto, Toyama e Jichi Medical University, do Japão, e a Universidade de Cambridge, do Reino Unido, também estão envolvidas com o projeto. “Contamos com uma plataforma voltada à realização de ensaios para testagem de substâncias, bem como novas formulações vacinais para a malária, e o incentivo às pesquisas é de fundamental importância não só para o Brasil como os demais países onde ocorrem a doença”, comentou a cientista. Segundo ela, Manaus tornou-se um centro promissor para realização dos ensaios por conta da alta incidência de atendimentos de pacientes com malária e a infraestrutura instalada para o desenvolvimento desses testes.
Outro ponto destacado durante a visita foi o trabalho de sequenciamento genômico realizado, em rede, pela Fiocruz. “Temos hoje um trabalho destacado no Brasil dentro da Rede Genômica, com descobertas importantes a exemplo do recente sequenciamento da primeira variante da Ômicron, e um número significativo de amostras sequenciadas”, afirmou Adele Benzaken, acrescentando que recentemente o Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Reemergentes ou Negligenciados da Fiocruz Amazônia recebeu a visita de representantes da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), resultado de uma interlocução com a Rede Genômica da Fiocruz, presente em nove estados e atualmente em expansão por conta da pandemia. “A JICA visitou quatro estados com a finalidade de conhecer o funcionamento da rede, desde o local de origem da amostra até ser sequenciada”, observou Stefanie Lopes, comentando que os executivos demonstraram interesse pela capacidade de sequenciamento do Amazonas.
O cônsul do Japão Masahiro Ogino agradeceu a recepção e considerou frutítero o contato com a diretoria do ILMD/Fiocruz Amazônia. “Hoje, apoiamos projetos com a contribuição de empresas japonesas do Distrito Industrial, através do Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio), em diversas áreas e estamos cientes da importância da Fiocruz Amazônia e suas atividades, principalmente após essa gratificante visita”, afirmou Masahiro Ogino.