Fiocruz Amazônia recebe lançamento do livro Vidas Que Falam 2
O Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) recebeu na tarde da última quinta-feira, 17/11, autores, organizadores e uma das homenageadas da segunda edição do Livro Vidas Que Falam, que conta as histórias de vida e de luta de 33 personalidades amazonenses que dedicaram suas vidas em favor dos direitos humanos e de melhorias nas políticas públicas nas áreas da educação, saúde, moradia, meio ambiente, saneamento, direitos de crianças, jovens, mulheres, idosos, lgbtqia+, indígenas e negros. Entre os homenageados, estão o médico sanitarista da Fiocruz Amazônia Antonio Levino da Silva Neto, falecido em 2017, e a enfermeira Margarida Campos, professora e participante ativa dos movimentos de luta em favor da Saúde Pública no Amazonas, presente ao evento. A obra é organizada pelo economista José Ricardo Wendling e pela jornalista Cristiane Silveira.
Esse é o segundo lançamento do livro, realizado este ano, com a finalidade de prestigiar as instituições, familiares e amigos dos homenageados. “E uma devolutiva que fazemos como forma de agradecimento aos que estiveram direta e indiretamente envolvidos, e no caso da Fiocruz Amazônia pelo destacado papel que tiveram o médico Antonio Levino e a enfermeira Margarida Campos, no que se refere à luta pela Saúde Pública”, explica o deputado federal José Ricardo. A obra reúne quase 40 autores, que aceitaram o convite e o desafio de relatar em forma de textos o testemunho e a história de personalidades. “Todos os escolhidos são exemplos de ações pela coletividade, seja na atuação política, religiosa, movimentos sociais e no real sentido da luta por direitos humanos”, afirma Cristiane Silveira.
Emocionada, a enfermeira Margarida Campos agradeceu a homenagem e relembrou importantes bandeiras de luta levantadas por ela em parceria com profissionais de saúde com quem trabalhou ao longo da trajetória como enfermeira, a exemplo de Antônio Levino e a médica Adele Schwartz Benzaken, atual diretora da Fiocruz Amazônia. “Adele sempre foi uma grande companheira. Denunciamos juntas questões graves que afetavam a saúde das mulheres trabalhadoras do Distrito Industrial. O Alfredo da Matta (Fundação Alfredo da Matta), junto com o Eduardo Ribeiro (antigo Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro), foram nichos onde as lutas da saúde, não economicistas, mas pela melhoria da equidade dos trabalhadores e dos serviços foram travadas”, afirmou, agradecendo aos organizadores do livro.
A diretora da Fiocruz Amazônia, Adele Benzaken, destacou a importância histórica da publicação. “Obrigado José Ricardo por ter imortalizado a vida do Levino nessas palavras. Recebemos aqui esse lançamento, com muita satisfação também em agradecimento por todo seu apoio, enquanto parlamentar, à Fiocruz Amazônia”, afirmou. Ao se referir a Antonio Levino, Benzaken destacou, emocionada, a proximidade que tinha com o médico, e hoje em dia com as filhas dele, Ana Luiza e Ana Letícia dos Santos, que participaram do livro escrevendo sobre o pai.
“Este é o momento certo com as pessoas certas para essa homenagem. Registrar num livro é tornar essas pessoas imortais. Levino era servidor concursado da Fiocruz, meu amigo pessoal e tivemos várias conversas viajando pela Tríplice Fronteira, em projetos desenvolvidos de forma conjunta, com grandes contribuições. Era um braço do PCdoB no Amazonas, bom papo e muito querido por onde andava. Obrigado José Ricardo por ter imortalizado a vida do Levino”, destacou.
Sobre a enfermeira e amiga Margarida Campos, Adele salientou: “Vidas Que falam é um título que cabe muito à Margarida, pois essa é a imagem que tenho dela, da mulher combativa que nas assembleias da saúde levantava e falava por todos nós, servidores da saúde, propondo melhorias para os trabalhadores do Estado e do município. Acompanhei a sua trajetória de luta na saúde, testemunhando o quanto ela é uma brava mulher. Sinta-se homenageada por todos nós trabalhadores da saúde”, ressaltou.
HOMENAGEADOS
O livro conta a história de 18 mulheres e 15 homens, são eles: Amanda Cristina (na defesa das crianças e dos adolescentes); Padre Alberto Panichella (formador do povo e dos jovens da periferia); Denise Kassama (economista e fundadora dos Amigos do Papai Noel); Cida Aripória (das causas indígenas, das mulheres e do Hip-Hop); Dom Luiz Soares Vieira (arcebispo Emérito de Manaus, preocupado com a fome e os mais pobres); Dalila Evangelista (nas políticas públicas, direitos das crianças e dos excluídos); J. Rosha (jornalista atuante nos sindicatos e na defesa dos povos indígenas); Magaly Araújo (do Lar Batista Janell Doyle); e Nestor Nascimento (dos movimentos sociais-políticos-partidários).
O Vidas que Falam 2 também retrata a atuação de Maria da Fé (pela moradia digna ao povo de Parintins); Dom Alcimar (evangelizador no Alto Solimões); Marcivana Sateré (pelos direitos dos povos indígenas); Waldemir José (ex-vereador, na busca por melhoria nas políticas públicas); Margarida Campos (em defesa da enfermagem no Amazonas); Antônio Levino (médico, militante político e considerado revolucionário); além de Irineide Lima e Suelen Ramos (do Movimento dos Catadores no Amazonas), Dom Sérgio Castriani (arcebispo Emérito de Manaus, profeta e missionário de Deus); e Nazaré Corrêa (professora, em defesa e valorização do magistério e das mulheres).
E mais: Osvaldo Coelho (filósofo, professor e advogado, legado em defesa da educação pública); Neila Gomes (do Movimento Nacional de Luta por Moradia); Padre Igínio (na formação de agentes de saúde e no ensino de crianças e jovens); Mãe Nonata e Alberto Jorge (vidas contra a intolerância religiosa, em defesa da negritude e das causas sociais); Cristiane Sales (pela moradia popular e fundadora do Movimento Orquídeas); Padre Cláudio Perani (na educação popular e desenvolvimento do Sares); Valterina dos Santos (dedicada à Pastoral da Criança); Bete Maciel (com a Associação das Donas de Casa); Sandra e Hiroshi Noda (casal de pesquisadores dedicados no Alto Solimões); Manoel Cunha (líder seringueiro, exemplo na Amazônia); Irmã Nilda (religiosa que falou muito de humildade e de amor ao próximo); e Gersem Baniwa (na luta das causas indígenas).