ILMD / Fiocruz Amazônia debate sobre conscientização do autismo

O Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/ Fiocruz Amazônia) abre nesta sexta-feira, 1/4, a programação alusiva ao Mês de Conscientização do Autismo, com a live intitulada “Conhecer e acolher a neurodiversidade”, iniciando às 18h30 (horário Manaus). O objetivo da live é permitir o compartilhamento de experiências sobre os diversos aspectos que envolvem o dia a dia de pessoas portadoras do transtorno do espectro autista, em relação à família, ao trabalho, às relações interpessoais e o enfretamento ao preconceito gerado pela desinformação acerca do tema.

A roda de conversa contará com a participação da psicóloga clínica e escolar, Hannah Iamut Said; o pesquisador da Fiocruz e pai atípico, Felipe Naveca;  o radialista e também pai atípico, André Anzoategui e a UXDesigner e ativista, Joyce Rocha, portadora do TEA. O evento terá transmissão pela plataforma Zoom, podendo ser acompanhado pelo link https://us06web.zoom.us/j/89239213915?pwd=NDlmRVM1Rm5xdFNIbkMxa2R0dVBidz09#success

A Organização das Nações Unidas instituiu o 2 de abril como o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, como forma de chamar a atenção da sociedade para o tema e contribuir para reduzir o desconhecimento e o preconceito que cercam as pessoas que desenvolvem o transtorno. O autismo se caracteriza como um transtorno global do desenvolvimento que se inicia na primeira infância, ressaltando sintomas como dificuldade de comunicação e inserção social.

Conhecido cientificamente como Transtorno do Espectro Autista, não é considerado uma deficiência, tampouco uma doença.  A estimativa é de que existam mais de 2 milhões de pessoas com TEA no Brasil, porém a dificuldade de acesso aos serviços de saúde e a falta de um diagnóstico levam a crer que esse número seja ainda maior.

Para o virologista Felipe Naveca, é importante ter em mente que nenhum autista é igual ao outro, assim como todas as pessoas. “Não existe fórmula exatamente igual para se tratar a todos que possuem o transtorno do espectro autista, porém o importante é conhecer as necessidades de cada um, conviver e dar todo amor e carinho que qualquer pessoa merece. Assim, conseguimos construir um vínculo mais forte e que nos faz vencer as dificuldades que possam vir a surgir”, destacou.

Segundo Naveca, é preciso focar nas necessidades específicas de cada portador dessa condição, entender e aprender melhor a conviver com essas diferenças. Atualmente, o número de casos de autismo tem aumentado em todo o Mundo. Pesquisas realizadas em países como os EUA atestam que 1 em cada 44 crianças nascem com autismo, o que significa que a sociedade precisa estar cada vez mais preparada para lidar com essa condição.

A psicóloga Hanna Said destaca a importância da live no mês de conscientização. “Não existe melhor forma de celebrar do que conscientizar nossa população sobre as características das pessoas com essa condição, e como podemos aprender para compreender e promover gentileza e maior compreensão desses indivíduos na sociedade”, afirma.

A data alusiva tem um significado especial para o radialista André Anzoategui. “Posso dizer que é uma oportunidade maravilhosa porque foi justamente no dia 2 de abril que anunciei pra todo mundo que meu filho é autista e ao mesmo tempo para poder conscientizar as pessoas a aprenderem que quanto mais cedo você começa a entender e por em prática as terapias para atender a criança, maiores são as chances de proporcionar uma boa qualidade de vida para as pessoas”, afirmou.

Por ser essencialmente clínico, o diagnóstico é realizado a partir das observações da criança, entrevistas com os pais e aplicação de instrumentos de vigilância do desenvolvimento infantil, durante as consultas de avaliação realizadas em qualquer unidade de Atenção Primária à Saúde. Além do TEA, a neurodiversidade humana inclui diversas outras diferenças neurológicas que fazem parte da vida de muitas pessoas, a exemplo da dispraxia, dislexia, transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH).

Com o intuito de promover uma reflexão sobre esses e outros aspectos, a Fiocruz Amazonia promoverá discussões sobre autismo com familiares de autistas e profissionais especializados em TEA. Aberta para a sociedade, a live é uma oportunidade de escuta dos envolvidos e de reflexão. Até o final de abril, outros eventos serão realizados.

ILMD/ Fiocruz Amazônia
Imagem: Mackesy Nascimento