Fiocruz Amazônia completa 27 anos em Manaus
Instituído por meio da Portaria Fiocruz nº 195, de 19 de agosto de 1994, o Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) completa nesta quinta-feira, 19/8, 27 anos. Este ano, a data é marcada pelo reconhecimento público da importância da ciência e tecnologia para a superação dos desafios que afligem a humanidade.
Ao longo desses anos, o ILMD/Fiocruz Amazônia segue firme no cumprimento de sua missão de Contribuir para a melhoria das condições de vida e saúde das populações amazônicas e para o desenvolvimento científico e tecnológico regional, integrando a pesquisa, a educação e ações de saúde pública, especialmente diante da crise sanitária causada pela Covid-19 que tanto exige da ciência, dos pesquisadores, das instituições, do poder público e da sociedade.
Ao completar 27 anos, uma nova direção assume a instituição, para o quadriênio 2021-2025, tendo à frente a pesquisadora Adele Schwartz Benzaken, conduzida ao cargo em solenidade ocorrida na última segunda-feira, 16/8.
“Na semana do aniversário assumo a instituição como diretora e agradeço a confiança da indicação e daqueles que votaram no meu nome para representá-los. O cenário de pandemia que vivemos espalha dor e sofrimento, mas também aprendizado e sabedoria. Iniciamos aqui um novo ciclo no qual buscaremos atuar de forma sinérgica com pesquisadores e instituições, para otimizar os parcos recursos disponíveis em um momento desafiador, mas estimulante para a pesquisa”, disse a diretora do ILMD/Fiocruz Amazônia.
HISTÓRICO
Antes da criação oficial do ILMD/Fiocruz Amazônia várias articulações foram feitas para a implantação de uma unidade da Fundação Oswaldo Cruz na Amazônia, dentre essas se destaca a assinatura de um convênio entre a Fiocruz, o Governo do Estado do Amazonas e a Universidade Federal do Amazonas, em 21 de janeiro de 1994, e a realização do Seminário Interdisciplinar “Os Caminhos da Pesquisa em Sócio Biodiversidade na Amazônia: Contribuição da Ciência e da Tecnologia para a Construção de um Novo Espaço Regional”, ocorrido em Manaus no período de 25 a 27 de abril de 1994.
Na apresentação do Relatório Final desse Seminário foi apontado o lançamento oficial do projeto de implantação de um Centro de Pesquisas da Fiocruz em Manaus, a ser denominado “Centro de Pesquisas Leônidas e Maria Deane”.
Inicialmente, a unidade da Fiocruz na Amazônia foi instalada nas dependências do então Instituto de Medicina Tropical de Manaus, hoje Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e sua direção ficou a cargo do médico Marcus Barros.
A atual sede institucional foi inaugurada em 2002, na Rua Teresina, bairro Adrianópolis.
LEÔNIDAS E MARIA DEANE
O nome do Instituto é uma homenagem e reconhecimento à dedicação à saúde pública no Brasil, principalmente na Amazônia, dos cientistas Leônidas de Mello Deane e Maria José Von Paumgartten Deane.
A trajetória de Leônidas e Maria na ciência teve início na Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará, onde se formaram. Ambos ocuparam diversos cargos em instituições renomadas do Brasil e do mundo, entre elas o Instituto Oswaldo Cruz (IOC).
Leônidas aprofundou seus estudos em microbiologia, e Maria estudou endemia. A parasitologia entrou na vida dos dois por meio da atuação no Instituto de Patologia Experimental do Norte, atual Instituto Evandro Chagas.
O casal não media esforços para o combate às endemias, tornando-se fundamentais no combate à malária, filariose, leishmaniose visceral, verminose e leptospirose, viajando por todo Norte e Nordeste para ministrar palestras e orientar a população sobre saneamento básico.
Considerado um dos maiores malariologistas do mundo, Leônidas Deane confirmou, em 1967, a reintrodução no Brasil do vetor da febre amarela e da dengue, o mosquito Aedes aegypti. Deane percorreu o País em campanhas de controle da malária e realizou a primeira experiência de campo sobre o controle desta moléstia pela administração exclusiva de uma droga. Participou ainda da campanha pela erradicação do Anopheles gambiae, um dos mosquitos transmissores da malária, no Nordeste.
Maria Deane foi uma das mais destacadas protozoologistas brasileiras e publicou mais de 150 trabalhos em periódicos nacionais e estrangeiros. Sobre a doença de Chagas desenvolveu importantes estudos a respeito do agente desta moléstia: Trypanosoma cruzi.