Encontro da Pós-graduação da Fiocruz Amazônia discute a produção e distribuição da vacina de COVID-19

Na tarde desta terça-feira, 24;11, 2° dia do II Encontro da Pós-graduação do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), ocorreu a Sessão Científica “Ciência e Inovação no enfrentamento da Covid-19: diagnóstico, tratamento e vacina”, dividida em três palestras: “Desafios e oportunidades no seguimento de longo prazo de pessoas afetadas pela COVID-19”; “Rede Corona-ômica BR MCTIC/FINEP: uma rede nacional de estudos em genomas, exomas e transcriptomas para o enfrentamento da COVID-19”; “Resposta do complexo Industrial da Fiocruz para o enfrentamento da pandemia”.

SESSÃO CIENTÍFICA

André Machado Siqueira, doutor em doenças tropicais pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA)/Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e pesquisador do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), ministrou a palestra “Desafios e oportunidades no seguimento de longo prazo de pessoas afetadas pela COVID-19”.

Na oportunidade, o pesquisador relatou as alterações a longo prazo, baseadas na fisiopatogenia do SARS-Cov-2, bem como as questões a serem investigadas, como as sequelas do COVID-19 crônico, os fatores de risco e a frequência das reinfecções. Como consequências, tem –se “alterações pulmonares, cardíacas e neurológicas, sendo as principais: comprometimento na capacidade de fusão do monóxido de carbono nos primeiros seis meses e, após esse tempo, foi inscrito estresse pós-traumático (40%), depressão (33%) e ansiedade (30%)”, afirma o pesquisador.

“Rede Corona-ômica BR MCTIC/FINEP: uma rede nacional de estudos em genomas, exomas e transcriptomas para o enfrentamento da COVID-19”, foi ministrada por Fernando Rosado Spilki, doutor em Genética e Biologia Molecular, pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Coordenador dos Cursos de Medicina Veterinária e Ciências Biológicas, na Universidade Feevale, em Novo Hamburgo (RS).

Durante a palestra, debateram-se questões, como a importância dos estudos de sequenciamento genético, como a origem, epidemiologia molecular e evolução do vírus, mundo pré/pós vacina e o diagnóstico da doença para o enfrentamento da pandemia. Sobre a dificuldade dos estudos de casos de reinfecção, o pesquisador explicou que a “reinfecção caso detectada, por exemplo, apresenta exatamente o mesmo genoma, sendo um dos tópicos que está sendo postulado em diversas publicações internacionais e discutido por pesquisadores brasileiros”.

A palestra final do dia apesentada por Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz e doutor em Ciências Biológicas (Biofísica), pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), intitulada “Resposta do complexo Industrial da Fiocruz para o enfrentamento da pandemia”. O pesquisador detalhou as fases de estudo da vacina, em que “foi iniciada a fase 1, três meses depois, com os dados de segurança satisfatórios, foi iniciada a fase 2, mais três meses, a fase 3. Houve a antecipação da produção da vacina, mesmo antes de ter o desenvolvimento completo desse produto, assumindo esse risco. A Fiocruz tem a função de garantir que essa vacina tivesse condições adequadas, como preço e quantidade, para ser entregue de maneira sustentável a sociedade brasileira”.

Para a produção inicial de 100 milhões de doses da vacina contra covid-19, que será produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com a farmacêutica Astrazeneca e a Universidade de Oxford, houve o apoio do Governo, do Estado, Legislativo, da sociedade em geral e da Iniciativa Privada, reunida na Unidos Contra a COVID-19, que doou cerca de 100 milhões de reais, através de uma coalisão de empresas, sendo estas: Ambev, Americanas, Itaú Unibanco (Todos pela Saúde, Stone, Instituto Votorantim, Fundação Lemann, Fundação Brava e a Behring Family Foundation. Durante a apresentação, o vice-presidente da Fiocruz revelou a “expectativa de que em fevereiro de 2021 seja possível que a Anvisa, com base nesse fluxo contínuo, permita o registro sanitário e, com isso, será possível a distribuição das doses, que estarão em produção em janeiro e fevereiro. Além desse cronograma, duas questões precisam ser salientadas: primeiro, a quantidade de doses e segundo, a disponibilidade das doses pelo Programa Nacional de Imunizações, diretamente pelo SUS, além de ter a mesma temperatura de armazenamento e transporte de outras vacinas disponibilizadas para a população”.

Prática Integrativa: Meditação

Para encerrar o segundo dia do evento do ILMD/Fiocruz Amazônia, houve uma Prática Integrativa, com o tema Meditação, conduzido por Emilton Lima de Carvalho, graduado em Fisioterapia pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), além de ser Terapeuta Complementar, com ênfase em Medicina Tradicional Chinesa.

A meditação consiste em concentrar e focar em uma ideia, propagando pelo corpo através de sensações. O palestrante ensinou como fazer uma boa meditação, ensinando técnicas de respiração e do melhor posicionamento do corpo, como a importância de que “a coluna esteja devidamente alinhada, o corpo mais relaxado possível. Se você está em uma cadeira, junte os pés no solo, sendo que o ideal seja que o joelho fiquem dobrados até 90°. O corpo humano tem 7 chacras e durante a meditação vai ter a divisão em 7 momentos”.

LMD/ Fiocruz Amazônia, por Diovana Rodrigues
Imagem: Reprodução