Projeto Manaós, da Fiocruz Amazônia, leva indígenas do Parque das Tribos para o Acampamento Terra Livre
O Projeto Manaós: Saúde Indígena no Contexto Urbano, desenvolvido pela Fiocruz Amazônia, participa do 19º Acampamento Terra Livre, realizado entre os dias 24 e 28 deste mês, em Brasília, juntamente com lideranças indígenas do Parque das Tribos, primeiro bairro indígena de Manaus, área de atuação do projeto. O Terra Livre reúne anualmente representantes dos 305 povos indígenas existentes em território brasileiro com a finalidade de reafirmar e fortalecer a luta pelos direitos dos povos indígenas. Por meio do Projeto Manaós, lideranças do Parque das Tribos participam pela primeira vez do movimento como parte do componente de responsabilidade social do projeto. O evento encerra nesta sexta-feira, com a leitura da carta final do ATL 2023.
Com uma programação extensa de reuniões plenárias e marchas, o ATL iniciou na última segunda-feira, 24/4, tendo como pontos altos o lançamento da Frente Parlamentar Mista de Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas e ato em frente ao Congresso Nacional pelo enfrentamento de PLs (projetos de lei) anti-indigenas, em especial o PL 191/2020, que trata sobre a liberação da mineração em terras indígenas. Ao longo da semana, foram realizadas plenárias com temáticas variadas, a exemplo da saúde indígena, educação escolar indígena, retomada do Comitê Indígena de Mudanças Climáticas, Comissão Nacional de Memória e Verdade Indígena, luta da juventude indígena pelo movimento identitário e julgamento do Marco Temporal e suas implicações no direito dos povos indígenas.
A comitiva do Parque das Tribos esteve entra as mais de 20 delegações indígenas do Amazonas presentes ao ATL. O pesquisador da Fiocruz Amazônia, Rodrigo Tobias, coordenador do Projeto Manaós, explica que a comitiva participou de atividades também na Fiocruz Brasília e Universidade de Brasília (UNB), entre as quais o Encontro Geopoesia, Raizamas e Recomeços: montando o acampamento e orientações sobre a (in)disciplina. “Este encontro foi dividido em duas estrofes: acolhimento de quem chegava e orientações para jornada, e Raizamas, para estabelecer um percurso nas raízes e nos rizomas do Brasil, provocar deslocamentos de visões de mundo e reflorestar os sentimentos, nossas/os/es convidadas/os/es dialogaram com as pessoas participantes por meio de prosas poéticas sobre morte, recomeços e ancestralidade”, relatou Tobias.