Fiocruz Amazônia recebe delegação de cientistas da Cardiff University

O Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) recebeu na última semana, uma delegação de cientistas da Universidade de Cardiff, do País de Gales, Reino Unido, para intercâmbio de experiências e definição de futuras parcerias. O grupo composto por especialistas nas áreas de doenças infecciosas e imunologia, esteve no Brasil com o objetivo de estabelecer parcerias para que futuramente possam desenvolver estudos que investiguem aspectos da resposta imune a doenças negligenciadas na região amazônica, a exemplo da Febre do Mayaro, doença infecciosa febril aguda, cujo quadro clínico geralmente é de curso benigno, semelhante à Dengue e à Chikungunya.

Segundo o pesquisador da Fiocruz Amazônia, Pritesh Lalwani, o encontro possibilitará a estruturação de futuras parcerias com a instituição. “É uma oportunidade muito interessante, pois as pesquisas que são desenvolvidas não somente por artigos, mas também de forma coletiva, nós conseguimos ver essas diferentes capacidades institucionais que nós temos, com uma equipe em instrução que faz pesquisa de qualidade, mostrando de outras maneiras para os pesquisadores de fora, trazendo o reconhecimento e abrindo portas para futuras parcerias. A ideia é que possamos juntos, tentar entender perguntas que não são respondidas sobre doenças endêmicas e que irão emergir dentro da Amazônia”, explica.

Após visita técnica nas instalações da Fiocruz Amazônia, os pesquisadores da Cardiff University apresentaram seus trabalhos nas áreas especificas de atuação. David Price, que abordou o tema “Memories of COVID-19”.; Ian Humphreys (“Virus-induced inflammation”); Ceri Fielding (“Viral evasion of Natural Killer cells”) e Richard Staton (“ADCC in Virus infection”). Considerada a terceira universidade mais antiga do País de Gales, a Cardiff University abriga três faculdades: Artes, Humanidades e Ciências Sociais, Ciências Biomédicas e da Vida; e Ciências Físicas e Engenharia.

O intercâmbio teve continuidade no segundo dia, em visita à Universidade Federal do Amazonas, com quem a Fiocruz Amazônia possui parceria e contou com a apresentação dos pesquisadores André Mariúba, Paulo Nogueira, Stefanie Costa Pinto Lopes, sobre os estudos realizados pelo Laboratório de Diagnóstico e Controle de Doenças Infecciosas na Amazônia (DCDIA). Entre os trabalhos apresentados pelos pesquisadores do ILMD, Stefanie Lopes, abordou o tema “Plasmodium Vivax bioassay platform for drug and vaccine development”; André Mariúba “Biotechnology in infectious disease studies”; Paulo nogueira “Antigen-specific antibody signature is associated whit covid-19 disease outcome”. Os pesquisadores falaram sobre estudos em desenvolvimento que buscam viabilizar medicamentos e vacinas para a malária, biotecnologia em estudos de doenças infecciosas e, anticorpos específicos do antígeno que podem estar associado ao resultado da doença de covid-19.

SOBRE O LABORATÓRIO

O DCDIA atua primariamente buscando entender aspectos genéticos, bioquímicos e imunológicos envolvidos na interação dos patógenos – agentes causadores das doenças infecciosas – e seu hospedeiro – no caso o homem ou também o vetor transmissor dessa doença. O laboratório desenvolve projetos de pesquisa que buscam compreender quais moléculas estão envolvidas na entrada do patógeno em suas células alvo e como o sistema imune age para tentar impedir esta entrada.

A partir do conhecimento básico sobre essas interações, o grupo também atua também na prospecção de moléculas destes patógenos que possam ser utilizadas futuramente em composições vacinais, ou que possam ser utilizadas como marcadores de infecção em kits de diagnóstico, por exemplo. O laboratório possui projetos de pesquisa clínica, desenvolvidos em parceria com a Fundação de Medicina Tropical Heitor Vieira Dourado, e vem avaliando a segurança, efetividade e superioridade de novos formulações e/ou esquemas terapêuticos no combate de doenças infecciosas como malária e HIV.