Virologista da Fiocruz Amazônia destaca que aumento de casos de COVID-19 no Amazonas está associado à circulação da subvariante BA.5.3.1
O virologista Felipe Naveca, coordenador do Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Reemergentes ou Negligenciados, do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), descartou nesta terça-feira, 8/11, a possibilidade de que o aumento do número de casos positivos de Covid-19 registrado nos últimos dias, no Amazonas, esteja associado à subvariante BQ.1, derivada da Ômicron e identificada recentemente.
Segundo ele, a sublinhagem BA.5.3.1, identificada no estado ainda em junho deste ano, corresponde a 94% dos casos no Amazonas no período mais recente analisado (até 21/10/2022), enquanto a BQ.1 foi encontrada em apenas um caso no Amazonas até o momento.
“Como nós estamos vendo, existe um aumento de casos no Amazonas, mas ele não está associado até o momento com o avanço da BQ.1 e sim à sublinhagem BA.5.3.1”, afirma o pesquisador. Naveca adiantou que, em função das mutações encontradas na BA.5.3.1, já foi solicitado ao comitê da OMS responsável pela classificação que seja criada uma designação própria para essa sublinhagem, o que deverá ser avaliado nas próximas semanas.
Naveca explica ainda que as duas subvariantes compartilham algumas das mesmas mutações, mas que ambas não parecem provocar o aumento do número de casos graves. “Essa é a informação mais importante nesse momento. Precisamos continuar monitorando para ver como vai se comportar a curva de casos nas próximas semanas, mas, felizmente não temos o aumento de casos graves. Isso mostra que a imunidade adquirida pela população, principalmente através da vacinação, continua nos protegendo. Por isso, é fundamental que aqueles que ainda não tomaram a segunda dose de reforço, procurem um posto de vacinação”, reforça o especialista.