Fórum de Unidades Regionais acontece na Bahia e tem como foco as populações vulnerabilizadas

A 88ª reunião do Fórum de Unidades Regionais da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que acontece durante três dias na cidade de Salvador (BA), reunindo diretores e vice-diretores das dez unidades da Fiocruz no Brasil, teve como foco a formulação de políticas públicas de saúde voltadas para as populações vulnerabilizadas e a retomada do planejamento de programas estratégicos como uma das metas da Agenda 2030 a instituição.

Esta é a primeira edição presencial do fórum, realizada após dois anos da pandemia de Covid-19. A finalidade é permitir a ampliação da participação das unidades regionais nos contextos das comunidades em que estão inseridas, passado o impacto da pandemia.

Para a diretora da Fiocruz Amazônia, Adele Benzaken, é inegável o impacto da pandemia de Covid-19 na rotina das unidades da Fiocruz nos Estados, sobretudo no Amazonas, onde houve agravamento do quadro da pandemia por dois anos consecutivos, porém é chegada a hora de se voltar o olhar para a reestruturação de programas direcionados ao atendimento de saúde de indígenas, profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens, migrantes, que precisam de políticas mais inclusivas sobre tudo no Amazonas e em Rondônia.

“A agenda 2030 foi criada antes da pandemia e dentro dela, focando as populações mais vulnerabilizadas, na perspectiva de não deixar ninguém pra trás, tivemos que recuar porque a pandemia exacerbou tudo isso. Com o impacto da Covid-19 sobre o sistema público de saúde, as unidades regionais acabaram mitigando um pouco as questões relativas às populações vulnerabilizadas”, explica.

Na oportunidade, Adele Benzaken destacou as iniciativas desenvolvidas pelo ILMD/Fiocruz Amazônia “Passamos a exercer o papel de Estado, atuando no diagnóstico, fazendo doações de testes de Covid-19, capacitação de profissionais de saúde na realização de exames, no uso de equipamentos de proteção individual, tentamos fazer ações para mitigar um pouco a situação, principalmente no Amazonas, atuando junto aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIS), que são populações esquecidas e não são incluídas dentro do sistema de saúde local”.

A diretora citou também as missões às regiões mais longínquas do Estado, levando diagnóstico e orientação nos cuidados para comunidades ribeirinhas. “Esse papel de mitigação nunca podemos esquecer porque estamos dentro da comunidade e temos de ser sensíveis a ela. A pergunta a qual teremos a missão de responder nesse e nos próximos fóruns é como iremos funcionar para auxiliar nessa reestruturação desses programas, levando em conta que temos prioridades distintas dentro das populações vulnerabilizadas de cada região”, avaliou Benzaken.

Durante a programação, serão realizadas oficinas sobre populações vulnerabilizadas, o fechamento do planejamento de longo prazo e a Agenda 2030, com apresentação do sumário para a presidente da Fiocruz, Nisia Trindade, e o vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional, Mário Moreira, que estarão participando do fórum nesta terça-feira, 5/06, para prestigiar a comemoração dos 65 anos do Instituto Gonçalo Muniz – Fiocruz Bahia.