Mestranda da Fiocruz Amazônia relata trajetória na pesquisa durante roda de conversa promovida pela Fapeam

Com o objetivo de estimular o acesso integral e igualitário de mulheres e meninas na ciência, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) promoveu na última sexta-feira, 6/3, uma roda de conversa com pesquisadoras e estudantes do Colégio Militar da Polícia Militar do Amazonas, V Tenente Coronel Cândido José Mariano, em alusão ao Dia Internacional da Mulher (8 de março) e de Meninas e Mulheres na Ciência (11 de fevereiro).

Participaram da Roda de Conversa a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Elizabeth Gusmão, que atua com estudos relacionados a sistemas de produção de peixe, estresse fisiológico, nutrição, fármacos para fins terapêuticos de espécies, como tambaqui, pirarucu e matrinxã, e a bióloga Heliana Belchior, mestranda do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Biologia da Interação Patógeno-Hospedeiro do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), que iniciou sua carreira no ensino fundamental, por meio do Programa Pibic Jr, e passou pelo Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic).

Na oportunidade, a diretora-presidente da Fapeam, Márcia Perales, falou sobre o objetivo da Fundação de fomentar a ciência, tecnologia e inovação no Amazonas, bem como a importância da participação de mulheres à frente de pesquisas científicas. “No mundo menos de 30% de pesquisadores são mulheres, segundo a Unesco. Tenho certeza de que não é por falta de capacidade e muito menos inteligência, muitas vezes é por falta de oportunidade e de incentivo. Diante disso, a Fapeam, por meio do Governo do Amazonas, abraçou essa causa, o movimento é um lembrete de que as mulheres e as meninas desempenham papel fundamental na ciência e que sua participação deve ser fortalecida”, comentou Márcia Perales.

RODA DE CONVERSA

Segundo Elizabeth Gusmão, atualmente as mulheres estão em todas as áreas de atuação e não existe mais uma profissão que elas não possam atuar. A pesquisadora reforça que as oportunidades que as mulheres buscam são voltadas para a sua capacitação. “Isso torna as mulheres mais atuantes e mais capacitadas, atuando em cargos de destaque dentro da sociedade. A mulher tem essa força, essa flexibilidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo, que muitas vezes é um pouco mais limitado para o homem, ela é dona de casa, profissional e consegue de uma forma harmônica desenvolver todas as atividades com muita eficiência. Dentro da sua área de atuação, ela tem uma seriedade e um compromisso muito grande com qualquer atividade que se propõe a fazer”, disse.

Heliana Belchior relata sua experiência na ciência e destaca que em toda sua trajetória na pesquisa sempre teve incentivo de mulheres pesquisadoras. “Por incrível que pareça eu sempre fui incentivada por mulheres, por exemplo, quem me colocou dentro do mundo da pesquisa foi minha professora de Ciências do Ensino Fundamental. Durante a graduação também tive outra mulher me orientando. Todas são mulheres dedicadas e esforçadas e no meu convívio nos últimos anos tenho prestado atenção que nós mulheres somos muito presentes. Eventos como esses mostram para as meninas que ainda estão no ensino fundamental e médio que elas também são capazes, que podemos habitar qualquer lugar e ingressar em qualquer área que quiser”, comentou.

MOVIMENTO MULHERES E MENINAS NA CIÊNCIA

Comemorado em 11 de fevereiro o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência foi instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e pela ONU Mulheres.  Segundo a Unesco, apenas 28% dos pesquisadores do mundo são mulheres.

A atividade ocorreu no auditório Vânia Pimentel na Universidade Nilton Lins, bairro Flores. Esta é a terceira ação promovida pela Fapeam, em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti).

*Com informações da Fapeam
Fotos: Érico Xavier