Cinco cidades apresentam resultados positivos com o uso de Estações Disseminadoras de Larvicida para o controle de Aedes
Representantes das secretarias de saúde dos municípios de Parintins, Tefé, Tabatinga, Borba (no Amazonas), de Boa Vista (Roraima) e representantes do Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde (Decit/MS) participaram de Reunião Técnica de Avaliação e Apresentação de Resultados do Projeto Controle de Aedes spp. com Estações Disseminadoras de Larvicida, ontem, 17/6, em Manaus, na sede do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia)
Sob a reponsabilidade do pesquisador e diretor da Fiocruz Amazônia, Sérgio Luz, o Projeto tem como tática usar os mosquitos para disseminarem larvicida em seus criadouros e assim eliminar suas larvas e pupas.
A adoção dessa estratégia de controle de mosquitos Aedes aegypti e Ae. albopictus, transmissores dos vírus da dengue, zika e chikungunya iniciou em 2014, em Manaus e em Manacapuru (no Amazonas), cidades nas quais a alternativa apresentou resultados promissores no controle desses vetores.
Com apoio do Decit/MS, o projeto foi implantado em outros cenários para que fosse testada a eficácia da disseminação do larvicida pelos mosquitos em escalas espaciais diferentes e maiores.
Sérgio Luz explica que o objetivo do encontro foi compartilhar com a equipe do Decit/MS os resultados alcançados pelo projeto nas cidades de Parintins, Tefé, Tabatinga, Borba e Boa Vista.
“Com a reunião foi possível discutir os resultados e traçar novas estratégias para o futuro do projeto, uma vez que o Decit/MS sinalizou a possibilidade de dar continuidade ao apoio financeiro, numa nova edição. Então, vamos alinhar as diversas metodologias para que os resultados sejam padronizados em todas as regiões e possamos analisar o todo, mesmo considerando as diferentes localidades”, explica Sérgio Luz.
Para Janio Obando, gerente de endemias de Tabatinga, onde foram instaladas Estações Disseminadoras de Larvicida, em outubro do ano passado, os resultados alcançados pelo projeto são bastante expressivos e motivaram a cidade de Letícia, na Colômbia, a também aderir ao projeto, diante da queda do número de casos notificados de dengue, zika e chikungunya em Tabatinga.
ESTAÇÕES DISSEMINADORAS
As Estações Disseminadoras de Larvicida são baldes plásticos, cobertos com pano preto impregnados de larvicida, e que para funcionarem necessitam de uma certa quantidade de água para atrair os mosquitos.
Ao pousarem na superfície da Estação, partículas do larvicida são aderidas às pernas e corpo dos mosquitos, que acabam levando esse produto para outros criadouros e, com isso, conseguem matar larvas e pupas, inclusive em criadouros que muitas vezes não poderiam ser localizados pela população e equipes de vigilância.
A equipe técnica que trabalha no projeto na capacitação de agentes, implantação das Estações, planejamento de atividades e gestão também participou da Reunião Técnica de Avaliação.
Os dados recebidos serão analisados pelos pesquisadores e posteriormente estarão disponíveis em publicações científicas e para a sociedade.
ILMD/Fiocruz Amazônia, por Marlúcia Seixas
Fotos: Marlúcia Seixas