Fiocruz Amazônia sedia curso da Escola Polítécnica de Saúde Joaquim Venâncio para formação de educadores populares de saúde

O Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) sedia, entre os dias 5 e 9/05, o curso de formação de educadores populares de saúde voltado para lideranças de movimentos sociais do Amazonas, Roraima e Matogrosso do Sul, como parte do Projeto de Formação de Educadores Populares de Saúde na Amazônia Legal e Pantanal Matosulgrossense, desenvolvido em parceria pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fiocruz, e a Secretaria de Atenção Primária em Saúde do Ministério da Saúde. O curso é o sétimo realizado desde o início das formações em fevereiro de 2024, de um total de oito turmas que serão formadas até o final de maio. No total, 192 educadores ficarão responsáveis pela formação de 181 turmas totalizando 3.740 agentes de educação popular em saúde nos dez estados de atuação do projeto. A formação de Manaus é a penúltima e reúne 29 educadores de 15 movimentos sociais diferentes dos estados do Amazonas e Roraima. A equipe foi recebida pela diretora da Fiocruz Amazônia, Stefanie Lopes, que destacou a importância da oportunidade de aprendizado e troca de experiências proporcionada pelo projeto.

“Esse é um curso de formação de educadores populares de saúde, que faz parte de um projeto coordenado pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fiocruz, em parceria com a Secretaria de Atenção Primária em Saúde do Ministério da Saúde, e integra um programa maior do Ministério da Saúde, que é o Programa de Formação de Educadores e Educadoras Populares de Saúde (AgPopSUS). Nós, da Escola Politécnica de Saúde, somos responsáveis pela formação na região da Amazônia Legal e Pantanal sul-mato-grossense. Esses educadores, por sua vez, vão formar agentes de educação popular em saúde nos diversos municípios em cada um desses estados”, explica Edilene de Menezes Pereira, que coordena o curso e o projeto junto com Felipe Bagatoli, ambos da EPSJV.

Stefanie Lopes destaca que o projeto é uma iniciativa pensada e dialogada de forma participativa, desde a sua concepção. “A iniciativa está em consonância com a nossa tarefa diária de fazer junto com os movimentos, com a sociedade e não só fazer para eles, numa troca de saberes muito promissora para todos nós”, salienta. Participam do curso, na Fiocruz Amazônia, lideranças do Movimento Sem-Terra (MST), Movimento das Mulheres Camponesas, Povos de Terreiro, Movimento Indígena, Uniao de Negros e Negras pela Igualdade no Amazonas, Quilombo do Serpa (Itacoatiara-AM), Quilombo do Andirá (Barreirinha-AM), Movimento Popular da Juventude, Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), entre outros.  

Edilene Pereira explica que os participantes são todos lideranças, indicados pelos movimentos sociais selecionados por meio de chamada pública realizada pela ESPJV. “Selecionamos os movimentos sociais que iriam fazer parte do projeto e esses enviaram representantes para fazer parte da formação. Até o momento já formamos aproximadamente 160 educadores”, afirma.

VIGILÂNCIA

O Curso de Formação de Agentes Populares de Saúde é a segunda etapa do processo de mobilização, articulação e formação para implementação da Vigilância Popular em Saúde no enfrentamento da COVID 19. É uma iniciativa cunhada no contexto das ações de educação popular idealizadas em vista de ampliar a capacidade de resposta a emergências sanitárias e suas consequências, em especial, em territórios com baixa infraestrutura, com populações em situação de vulnerabilidade social. No caso da pandemia de Covid-19, as consequências dessa que foi a maior crise sanitária da história recente atingiu as múltiplas dimensões da vida: econômicas, ambientais, sociais e humanas, causando impactos na saúde, principalmente, nas populações mais vulnerabilizadas e empobrecidas.

Programa de Formação de Educadores e Educadoras Populares de Saúde (AgPopSUS) tem como missão fortalecer o Sistema Único de Saúde por meio da capacitação de uma rede nacional de Agentes Educadores e Educadoras Populares de Saúde. Os agentes vão atuar no desenvolvimento de territórios saudáveis e sustentáveis, promovendo a participação social na saúde. O programa integra os saberes e as práticas da educação popular em saúde, incentivando o protagonismo popular e a defesa do direito à saúde, com o propósito de continuar a construção de um SUS acessível a todas e todos.

ILMD/Fiocruz Amazônia, Por Júlio Pedrosa

Foto: Júlio Pedrosa