Pesquisador da Fiocruz Amazônia ministra aula inaugural do PPG em Saúde Coletiva e ativa campo do Vigifeminicídio na Universidade Federal do Acre
Com o tema “Desafios das arboviroses na Amazônia e suas Interfaces com a saúde coletiva”, o pesquisador da Fiocruz Amazônia, Jesem Orellana, ministrou, na última terça-feira, 11/02, a aula inaugural do curso de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Acre (UFAC), em Rio Branco. Em conjunto com docentes e representantes da coordenação do PPGSC-UFAC, o pesquisador aproveitou também para ativar o campo da Estratégia Vigifemicídio, na UFAC, objetivando fortalecer a rede de monitoramento da violência letal contra as mulheres na Amazônia Ocidental. A rede já conta com campos em Manaus (AM), Porto Velho (RO), Rio de Janeiro (RJ) e prevê a inserção de Boa Vista (RR).
“Iniciamos a discussão e o planejamento para a consolidação da estratégia Vigifemicídio em mais uma capital da Amazônia por entendermos que quanto mais corpo tiver a rede de monitoramento da violência letal contra as mulheres maiores serão as chances de contribuir para a interação com órgãos de controle, atores da segurança pública, movimentos sociais e serviços de saúde na região, além de semear o trabalho em rede entre pares na Amazônia Ocidental”, explicou Orellana, que integra o Grupo de Trabalho do Programa Institucional de Articulação Intersetorial Violência e Saúde (PI) da Fiocruz, do qual participam representantes de diversas unidades da Fundação.
Da reunião, participaram a vice-coordenadora do PPGSC-UFAC, a professora-doutora Danuzia da Silva Rocha, e as também docentes do PPGSC-UFAC, Andréa Ramos da Silva Bessa e Rozilaine Redi Lago, bem como discentes. O Programa Institucional de Articulação Intersetorial Violência e Saúde (PI) foi constituído por meio da Portaria 260/2017, da presidência da Fiocruz, em fevereiro de 2017, com a finalidade de ampliar e articular a reflexão e as ações sobre violência e saúde entre as diversas unidades da Fiocruz, promovendo o tema, mapeando demandas, ações e pautas de diferentes unidades e instituições parceiras.
ARBOVIROSES
Durante a aula inaugural, o epidemiologista fez um apanhado histórico e contextualizado das principais arboviroses com registros compulsórios no País – Dengue, Zika, Chikungunya, e as febres amarela, oropouche e mayaro – abordando aspectos como o das características de cada patologia, número de casos prováveis, óbitos em investigação, coeficiente de incidência e letalidade de casos prováveis e graves, bem como as especificidades das medidas de enfrentamento das arboviroses na Amazônia e a relação com a crise climática vivida na atualidade.
A aula teve 90 minutos de duração, com espaço para discussões e a participação ativa dos doutorandos e docentes do PPGSC-UFAC presentes na atividade. “É sempre importante promovermos essa troca de conhecimentos e saberes, especialmente com a próxima geração de doutores em saúde coletiva da Amazônia brasileira, pois os desafios à saúde coletiva e ao SUS são permanentes e precisam ser gerenciados por quem conhece a região, sua gente e suas peculiaridades”, destaca Orellana.
PERFIL
Graduado em Enfermagem pela Universidade Federal de Rondônia, mestre em Saúde Pública pela Fiocruz e Doutor em Epidemiologia pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel-RS), Jesem Orellana é pesquisador na Fiocruz e docente permanente do Mestrado em Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia – PPGVIDA. Colabora em projetos sobre mudanças climáticas na Amazônia e sua relação com aspectos sanitários, junto a Universidade de Lancaster (Reino Unido). Ele coordena o Laboratório de Modelagem em Estatística, Geoprocessamento e Epidemiologia (Legepi), da Fiocruz Amazônia, e é membro do colegiado que coordena a Comissão de Epidemiologia da ABRASCO, bem como de Grupos de Trabalho no campo da violência, meio ambiente e mudanças climáticas da Fiocruz. Tem experiência na área de Saúde Coletiva, atuando principalmente nos seguintes temas: epidemiologia populacional, saúde e ambiente, processos endêmico-epidêmicos, Covid-19, saúde mental, violência urbana e doméstica, saúde da criança e da mulher.
ILMD/Fiocruz Amazônia, Por Júlio Pedrosa
Fotos: Divulgação