Fiocruz Amazônia promove palestra sobre hanseníase com especialista da Fundação Alfredo da Matta

O Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) recebeu na manhã desta sexta-feira, 24/01, a visita da médica dermatologista Paula Frassinete Bessa Rebello, Mestre em Medicina Tropical pela Universidade Federal de Goiás e preceptora da Residência Médica em Dermatologia da Fundação Hospitalar de Dermatologia Tropical e Venereologia Alfredo da Matta, para uma palestra de educação em saúde com o tema “Hanseníase e Diagnóstico Diferencial, Identificando o Problema de Pele”. A iniciativa faz parte das atividades realizadas pela unidade, com apoio do Núcleo de Saúde do Trabalhador, em alusão à campanha Janeiro Roxo, mês de conscientização sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoce da hanseníase. A médica foi recebida pela vice-diretora de Pesquisa e Inovação, Michele Rocha El Kadri, que destacou a importância do tema e do trabalho desenvolvido pela Fuham no Estado.

“A Fundação Alfredo da Matta é uma instituição que realmente nós, como amazonenses, brasileiros e defensores do SUS, temos de nos orgulhar pelos nomes históricos da área da Saúde, de epidemiologistas e sanitaristas que já passaram por aquela instituição”, ressalta a vice-diretora, observando que a hanseníase é uma doença que, apesar de possuir tratamento e cura disponíveis, ainda representa um desafio para a Saúde Pública, além de ser carregada de estigmas. “Essa oportunidade de conhecermos e aprendermos mais sobre a doença é valiosa para cada um de nós”, pontuou, agradecendo a presença dos trabalhadores e trabalhadoras presentes.

De acordo com a médica dermatologista, o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de ocorrência de casos de hanseníase, perdendo apenas para a Índia. O Amazonas encontra-se na 16ª posição no ranking dos estados brasileiros com registros da doença, quase sempre associada às condições precárias de vida e falta de higiene em áreas de pobreza extrema. O homem é o principal reservatório da infecção. “A hanseníase é uma doença milenar que por muito tempo teve um estigma muito grande, mas agora é uma doença totalmente curável. Daí a importância do diagnóstico precoce para que a pessoa tenha cura e não fique com sequelas”, explica Paula Frassinete.

Para a especialista, o mês de conscientização visa estimular na população em geral a busca pelo diagnóstico precoce da doença, que pode ter diferentes formas de manifestação, com sequelas na pele e danos neurais (terminações nervosas) que podem levar o paciente à incapacidade física, além de comprometer o funcionamento de diversos órgãos. A médica respondeu às perguntas dos presentes, tirando dúvidas sobre formas de transmissão e doenças que podem ter sinais semelhantes, mas não serem hanseníase, reforçando a importância do atendimento médico especializado. Ao final, foram realizados sorteios de brindes para os participantes.

A Fuham, que este ano comemora o septuagésimo aniversário, é a unidade de referência no Amazonas para o diagnóstico e tratamento de hanseníase, entre outras doenças infecciosas. Para chamar a atenção da população, a instituição realiza mutirões de atendimento regulares ao longo de todo o ano, com destaque para o mês de janeiro, para atender pessoas que tenham dúvidas sobre o surgimento de manchas no corpo, com perda de sensibilidade. Neste sábado, 25/01, acontece um mutirão na sede da unidade, localizada no bairro da Cachoeirinha, zona Centro-Sul.

ILMD/Fiocruz Amazônia, por Júlio Pedrosa

Fotos: Júlio Pedrosa