Fiocruz Amazônia participa de discussão sobre prioridades de investigação acerca dos vetores da febre Oropouche

O Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) é uma das instituições de pesquisa presentes à Reunião de Especialistas para discussão de prioridades de investigação sobre o vírus Oropouche, promovida pela Organização Panamericana de Saúde (OPAS/OMS), na cidade de Bogotá, na Colômbia. O evento terá dois dias de duração, 22 e 23/01, reunindo pesquisadores e especialistas de países da América Latina e Caribe, tendo como um dos focos principais os estudos acerca da biologia dos mosquitos silvestres, apontados como potenciais vetores da doença. Especialistas na área, os pesquisadores em Saúde Pública do Laboratório Ecologia de Doenças Transmissíveis na Amazônia (EDTA), da Fiocruz Amazônia, Felipe Costa Arley Pessoa e Cláudia Maria Río Velasquez, participam do evento abordando possíveis estratégias de vigilância, captura e controle, além de dados sobre a ecologia de potenciais vetores, a exemplo do maruim (Culicoides), e os desafios para o controle da febre Oropouche

Em sua palestra, Felipe Pessoa ressaltou a importância dos estudos entomológicos realizados nos países de ocorrência da doença, como uma forma de entender o papel dos vetores no processo de disseminação da febre Oropouche. “Na palestra, enfatizei a questão dos mosquitos silvestres e urbanos, destacando os Culicoides, que são objeto de estudos do grupo de pesquisa do nosso Laboratório e em quais das Américas tiveram mais estudos sobre ecologia e dados de biologia desses vetores. Há uma ausência de informações e a necessidade de estudos que a OPAS vai induzir junto com a OMS nesses diversos países sobre linhas de pesquisa que devem se iniciar com o objetivo final do controle da doença”, explica o pesquisador, salientando que muito ainda tem que ser feito para conhecer a ecologia desses vetores (taxonomia, sistemática, capacidade vetorial, competência vetorial). Todas as propostas farão parte de um documento que a OPAS produzirá ao final do encontro.

Em novembro do ano passado, a Fiocruz Amazônia, em parceria com a OPAS/OMS e Ministério da Saúde (MS), realizou curso de imersão sobre taxonomia do maruim (Culicoides) para entomólogos de nove países das Américas do Sul e Central e do Caribe, dentro do Programa Regional de Entomologia em Saúde Pública da OPAS/OMS. A capacitação enfocou aspectos da biologia, ecologia e vigilância dos insetos do gênero Culicoides, capacitando, no total, 18 entomólogos de países como Bolívia, Cuba, Guatemala, Honduras, República Domenicana, Costa Rica, Paraguai e Brasil, com o suporte logístico e financeiro da OPAS. O curso foi ministrado pelo Laboratório de Ecologia de Doenças Transmissíveis na Amazônia (EDTA), do ILMD/Fiocruz Amazônia.

ILMD/Fiocruz Amazônia, por Júlio Pedrosa

Foto: Divulgação / Fiocruz Amazônia