Delegação do Instituto de Microbiologia da China visita a Fiocruz Amazônia
Uma delegação composta por pesquisadores do Instituto de Microbiologia da Academia Chinesa de Ciências visitou a sede do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILM/Fiocruz Amazônia), em Manaus, na última quinta-feira, 12/12, dando cumprimento a uma agenda de visitas coordenadas pelo Centro de Relações Internacionais em Saúde (CRIS), da Fundação Oswaldo Cruz. A finalidade foi estabelecer uma série de intercâmbios e colaborações acadêmicas dentro de acordo de cooperação internacional entre China e Brasil, coordenado pela Fiocruz, discutindo possibilidades de cooperação em patógenos de plantas e humanos.
O acordo, revalidado pelo presidente da Fiocruz, Mário Moreira, prevê a criação da instalação de um centro sino-brasileiro a Fiocruz e a realização de seminários acadêmicos. Neste ano, os simpósios tiveram o tema “Saúde Única” (One Health). O grupo esteve primeiro no Rio de Janeiro, onde participou de simpósio com pesquisadores da Academia Brasileira de Ciências e da Fiocruz, no campus Manguinhos.
Em Manaus, o grupo participou do Seminário Conjunto sobre Saúde Única, na sede do ILMD/Fiocruz Amazônia, com a presença de instituições parceiras. O seminário teve como objetivo aproximar a agenda de pesquisa das instituições em temas de saúde e interesse mútuo, como Virologia e One Health. A comitiva foi recebida pela diretora da Fiocruz Amazônia, Stefanie Lopes, acompanhada de pesquisadores da instituição e representantes de órgãos parceiros como a Embrapa Amazônia Ocidental e a Fundação de Medicina Tropical Dr Heitor Vieira Dourado (FMTHVD). A comitiva foi chefiada pelo diretor do Instituto de Microbiologia da Academia Chinesa de Ciências, Wei Qian, que lidera estudos em resistência a doenças de plantas e biotecnologia.
Na oportunidade, pesquisadores da Fiocruz Amazônia apresentaram suas áreas de atuação em pesquisa, a exemplo do Núcleo de Patógenos, Reservatórios e Vetores na Amazônia (PReV Amazônia) e do Laboratório de Diagnóstico e Controle de Doenças Infecciosas da Amazônia (DCDIA), representados pelos pesquisadores Joaquin Cortês e Pritesh Lalwani, nas áreas de vigilância entomobiológica de arboviroses, vigilância transfronteiriça de saúde, redes de vigilância entomovirológica e o impacto das mudanças climáticas na transmissão de doenças infecciosas, a exemplo do Oropouche.
Da comitiva chinesa, as palestras foram apresentadas pelos doutores Yi Shi, diretor executivo do Centro de Excelência para Doenças Infecciosas Emergentes (CEEID) da Academia Chinesa de Ciências, e Qihui Wang, vice-diretora geral do Instituto de Microbiologia, que pesquisa sobre mecanismos de invasão de vírus e métodos de intervenção imunológica. Também integraram a comitiva a pesquisadora Qun Yan, diretora do Escritório Editorial da Revista Científica hLife ; Dr Zhou Tong, professor do Instituto de Microbiologia; Jianxun Qi, conhecido por seus estudos estruturais sobre interação vírus-hospedeiro (ebola e influenza); Yuhai Bi, diretor do Laboratório de Biossegurança da Academia Chinesa de Ciências, Pan Zhao, engenheiro sênior do Instituto, que se concentra no controle biológico de doenças transmitidas pelo solo, e Jie Zhamg, pesquisador de genética e imunidade em plantas.
Acompanhando a delegação chinesa no Brasil, o assessor internacional para cooperação com a China, do CRIS/Fiocruz, André Lobato, destacou a importância estratégica da Fiocruz Amazônia. “A unidade da Fiocruz em Manaus é importantíssima para a cooperação internacional da Fiocruz, o que ficou evidente com o interesse e a animação da delegação da Academia Chinesa de Ciências. Eles estão interessados no fortalecimento mútuo das capacidades de pesquisa, com publicação e desenvolvimento tecnológico comuns”, afirmou.
ILMD/Fiocruz Amazônia, Por Júlio Pedrosa
Fotos: Júlio Pedrosa