Fiocruz Amazônia inicia as atividades acadêmicas de 2024 com maior número de alunos matriculados
A abertura do ano letivo 2024, do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), foi realizada nesta terça-feira, 5/3, no Salão Canoas, na sede da instituição, no bairro Adrianópolis, zona Centro-Sul de Manaus. As boas-vindas aos 45 novos alunos dos cursos de Mestrado e Doutorado dos programas de pós-graduação em Biologia da Interação Patógeno-Hospedeiro (PPGBIO-Interação) e de Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia (PPGVIDA), foram dadas pela diretora da Fiocruz Amazônia, Stefanie Lopes, que presidiu a mesa de abertura do evento. No total, a instituição passa a contar com 165 alunos, entre novos (45) e veteranos (120), sendo 2024 o ano letivo com o maior número de alunos ingressantes já registrado.
“Este ano a Fiocruz Amazônia completa 30 anos de fundação, e receber 45 novos alunos, que se juntam aos 120 já matriculados, mostra que ela cresceu ao longo dos anos, e que a educação e a pesquisa são essenciais para a saúde pública na Amazônia”, enfatizou Stefanie. Em seu discurso, a diretora da Fiocruz Amazônia também destacou os apoios recebidos de outras instituições, como a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), por exemplo, no que se refere aos programas de pós-graduação, assim que o ILMD passou a atuar no Amazonas.
“Sempre tivemos apoios importantes, antes de iniciarmos com os nossos próprios programas de pós-graduação, e a Ufam, é um desses parceiros. Este ano o PPGVIDA completa 10 anos, o que mostra que estamos crescendo e avançando na formação de recursos humanos para a saúde na Amazônia. Estudar na Fiocruz é um privilégio para poucos, por isso aproveitem esse privilégio de poder estudarem aqui”, concluiu.
Representando a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, a coordenadora-geral de Pós-graduação da instituição, Maria Cristina Rodrigues Guilam, desejou aos alunos um excelente ano letivo, além de orientá-los a buscar informações sobre as oportunidades de parcerias com outras entidades de ensino e pesquisa da Fiocruz, que podem contribuir na formação dos novos pesquisadores.
“A Fiocruz oferece várias oportunidades aos seus discentes, que vão desde cursos internacionais de curta duração a editais de mobilidade, para outras unidades em qualquer outra parte do Brasil. Busquem saber com as coordenações, essas possibilidades tanto no âmbito nacional quanto no âmbito internacional, que irão proporcionar experiências únicas na vida acadêmica de vocês”, destacou Maria Cristina.
EXPANSÃO
A vice-diretora de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz Amazônia, Rosana Parente, em sua mensagem de boas-vindas aos novos discentes, chamou a atenção para o fato de que, ao longo de 30 anos de ILMD, o ano letivo de 2024 foi o primeiro a apresentar o maior número de alunos ingressando nos cursos de Mestrado e Doutorado da instituição. “É uma alegria ver o Salão Canoas cheio, porque mostra os avanços da Fiocruz Amazônia ao longo dos anos e também o interesse pelos cursos que oferecemos, sejam os de curta duração, especialização e curso de stricto sensu, entre outros voltados para a saúde da nossa região”, pontuou.
Na ocasião, Rosana destacou a vasta programação da abertura do ano letivo de 2024, que se estende até o dia 14 deste mês, com uma série de atividades diversas, entre elas, uma oficina de Redação Científica.
Assim como Rosana, a coordenadora do PPGBIO-Interação, Priscila Aquino também enfatizou a maior participação de alunos neste ano, em relação às turmas anteriores, e a consolidação dos programas de pós-graduação da Fiocruz Amazônia. “Ver este auditório lotado mostra a consolidação dos nossos programas de pós-graduação, e de que eles estão se expandindo, além disso não temos alunos oriundos apenas da iniciação científica, mas de outras instituições também”, observou.
Conforme Aquino, 28 alunos estão ingressando neste semestre no PPGBIO-Interação, e em torno de 80% dos discentes que já estão no curso, são bolsistas e contam com o apoio da Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do estado do Amazonas), o que contribui para que eles se mantenham estudando e pesquisando.
“É uma satisfação receber uma nova turma, e este ano o PPGVIDA passa a contar com 17 novos alunos, se juntando aos que aqui já se encontram, entre eles a turma fora da nossa sede, em Tabatinga, o que mostra a necessidade de expandir a formação em saúde pública”, destacou a coordenadora do PPGVIDA, Ani Beatriz Jackish Matsuura, além de mencionar algumas atividades do programa de pós-graduação previstas para ocorrer neste ano.
A mesa de abertura do evento também contou com a presença do coordenador do Programa de Doutorado Acadêmico em Saúde Pública na Amazônia (Daspam), pela UFAM, Tiótrefes Gomes Fernandes, e a vice-presidente da Associação dos Pós-Graduandos (APG) Fiocruz Amazônia, Maíra Costa Rosa Farias.
TRAJETÓRIAS
Integrando o grupo de alunos veteranos da instituição, a doutoranda do DASPAM, Gleica Alves, 32, começou seus estudos na Fiocruz Amazônia, pela Iniciação Científica, e ao longo de 14 anos não mais parou. Com uma pesquisa sobre a avaliação dos serviços de saúde aos idosos de uma comunidade rural, Gleica se prepara para concluir o Doutorado, e, para ela, as etapas dos estudos interagem entre si.
“Para mim, tem sido bem mais fácil fazer um curso de Doutorado, devido toda uma trajetória de Iniciação Científica e Mestrado. Essas atividades nos possibilitam uma visão de mundo diferente. Entramos na Iniciação Científica pensando que é só uma gotinha d’água no meio do oceano, mas no fim das contas, percebemos, conforme o tempo vai passando, que aquele trabalho de Iniciação Científica, quando somado a outros, vai fazendo a diferença, porque muitas vezes ele é uma parte do Mestrado, e o Mestrado é uma parte do Doutorado, e assim todo mundo contribui um pouco com a avanço da ciência no Brasil”, destacou.
Elen Martins, 23, doutoranda do PPGBIO-Interação, iniciou os estudos na Fiocruz Amazônia, em 2019, ingressando na Iniciação Científica. Na terça-feira, 05/03, ela iniciou as atividades do Doutorado, com estudos sobre insetos vetores de parasitas da malária. Para ela, quem deseja seguir a carreira em pesquisa científica, deve se envolver com o tema desde cedo, ainda na graduação.
“Aqueles que pretendem seguir carreira na pesquisa cientifica, devem buscar, ainda na graduação, uma iniciação científica, porque vai agregar muito nos seus estudos, na sua carreira de pesquisa”, pontuou.
Outra aluna do PPGBIO, Gabriele Medeiros, 25, também era uma das discentes participantes da aula inaugural, e que seguiu direto do mestrado para o doutorado. Gabriele dará sequência a sua pesquisa de mestrado, um estudo inédito relacionado a morcegos e coronavírus pandêmicos na cidade de Manaus.
“Tive a oportunidade de estudar durante a pandemia de Covid-19, a diversidade viral em morcegos amazônicos, agora darei sequência a esta pesquisa, com um estudo também inédito focando a saúde humana e animal, no caso morcegos, na tríplice fronteira”, completou.
AULA MAGNA
Na palestra virtual que marcou a realização da Aula Inaugural de Abertura do Ano Letivo 2024 da Fiocruz Amazônia, a médica sanitarista e pesquisadora da Fiocruz Maria do Carmo Leal, destacou, entre outros aspectos, o compromisso do pesquisador com o cidadão e a importância de seus estudos para a elaboração de políticas públicas. Com o tema “O papel da pesquisa no fortalecimento dos direitos da mulher na saúde sexual e reprodutiva”, a médica abordou diferentes aspectos do projeto “Nascer no Brasil: inquérito sobre parto e nascimento”, coordenado por ela. A pesquisa aborda entre outros temas a questão da contracepção, o parto humanizado, redução da prática de cirurgias cesarianas, entre outros.
“O pesquisador deve ter em mente o seu compromisso social para com o cidadão, uma vez que ele é quem irá realizar os estudos que podem resultar em políticas públicas, que irão impactar, no sentido de melhorar, a vida da sociedade. A pesquisa Nascer no Brasil teve vários desdobramentos, além de ter contribuído para outros estudos que resultaram em artigos, teses e dissertações diversas, e também resultou em ações adotadas pelo Ministério da Saúde para a melhoria da saúde da mulher”, comentou.
ILMD/Fiocruz Amazônia, por Síntia Maciel
Fotos: Eduardo Gomes