Fiocruz Amazônia recebe visita dos alunos do Curso Colaborativo em Saúde Pública da Universidade de Harvard
O Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) recebeu nesta quinta-feira, 04/01, a visita de alunos do Curso Colaborativo de Campo em Saúde Pública Harvard-Brasil, que conta com 15 alunos de Universidade de Harvard e 15 alunos brasileiros selecionados. É a primeira vez que o Curso Colaborativo acontece no Amazonas. A iniciativa é realizada em parceria pela Escola de Saúde Pública de Harvard TH Chan (HSPH), Programa Brasil da Universidade de Harvard Centro David Rockefeller de Estudos Latino Americanos e Universidade do Estado do Amazonas. O grupo, formado por profissionais de saúde e professores dos EUA e do Brasil, foi recebido, de modo remoto, pela diretora da Fiocruz Amazônia, Stefanie Lopes, que fez uma apresentação sobre a Fiocruz Amazônia, destacando o papel desempenhado pela unidade na região amazônica, enquanto instituição de ensino e pesquisa, e, presencialmente, pela vice-diretora de Pesquisa e Inovação, Michele Rocha El Kadri, e pesquisadores que atuam nas áreas de controle vetorial, estudos epidemiológicos e imunológicos e estudos com populações ribeirinhas e vulnerabilizadas.
A vinda à Fiocruz integrou a programação de visitas do grupo, que permanecerá em Manaus até o próximo dia 19/01. “O que estão fazendo aqui são trabalhos fantásticos, muito importantes e bem-feitos, com riqueza de cientistas e trabalhadores de saúde que nos impressiona”, comentou o professor de Medicina de Universidade de Harvard, James Maguire, que acompanha o grupo. Segundo ele, tanto os alunos dos EUA quanto os brasileiros de outros estados ficaram impressionados com o trabalho desenvolvido no centro de pesquisa da Fiocruz em Manaus e com as especificidades da região. “Conhecer a Fiocruz é um exercício de grande valor para os estudantes de fora do país, para terem conhecimento desse ‘outro mundo’ e o que pode ser levado para os EUA em termos de ideias e soluções, discutidas aqui com aplicações lá”, afirmou Maguire.
A chefe do Departamento de Saúde Global, da Escola de Saúde Pública de Harvard, Márcia Castro, explica que esse é um curso de campo em saúde pública e, por isso, é de extrema importância mostrar o trabalho que a Fiocruz realiza. “A ideia era conhecer as diferentes áreas em que a Fiocruz atua, com inovação, provendo saúde para as populações mais vulneráveis e ressaltar esse aspecto, que é Ciência de ponta sendo produzida no meio da Amazônia com verba pública. Isso para muita gente que vem de fora é totalmente novo”, afirmou. O grupo de brasileiros e estudantes de Harvard é multidisciplinar, com médicos, enfermeiros, cientistas, entre outros profissionais que trabalham na área de saúde pública.
A experiência foi considerada positiva também em relação à possibilidade de colaborações futuras entre as instituições. “Essa foi a primeira vez aqui e já estamos pensando que seria muito bom outros grupos de discussões sobre doenças infecciosas, estudadas na Amazônia”, observou o professor americano. A vice-diretora de Pesquisa e Inovação do ILMD, Michele El Kadri, considerou a atividade importante para o ILMD/Fiocruz Amazônia, especialmente nesse momento em que a unidade se encontra num processo de internacionalização, por conta dos programas de pós-graduação. “Esse tipo de atividades é estratégico não só para a formação de recursos humanos, mas também para ampliar nossas redes de contatos e acessos, além de dar maior visibilidade à Fiocruz Amazônia em um contexto internacional de uma instituição tão respeitada quanto a Universidade de Harvard”, salientou.
Os pesquisadores da Fiocruz Amazônia apresentaram atividades e alguns resultados de projetos desenvolvidos na região. “O foco maior de dúvidas dos estudantes foi a COVID-19, com perguntas sobre o trabalho de enfrentamento da pandemia realizado pela instituição e, sobretudo, como se dá o trabalho em emergências públicas no contexto amazônico”, completou El Kadri. Foram feitas apresentações pelos pesquisadores Joaquin Cortes Carbajal, do Laboratório Ecologia de Doenças Transmissíveis da Amazônia (EDTA); Pritesh Lawani, do Laboratório de Diagnóstico e Controle de Doenças Infecciosas da Amazônia (DCDIA); Amandia Braga, do Laboratório de Situação da Saúde e Gestão do Cuidado de Populações Indígenas e outros Grupos Vulneráveis (SAGESPI), e Michele El Kadri, que é chefe do Laboratório de Histórias, Políticas Públicas e Saúde na Amazônia (LAHPSA). Os estudantes conheceram também o Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Reemergentes e Negligenciados do ILMD/Fiocruz Amazônia.
ILMD/Fiocruz Amazônia, por Júlio Pedrosa