Fiocruz Amazônia leva experiência de jovens cientistas do Amazonas para palestras e rodas de conversas durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia no interior
Juliane Corrêa Glória, pós-doutoranda em Biotecnologia, natural de Tabatinga, sempre estudou em escola pública ao longo de sua trajetória até chegar ao Doutorado em Biotecnologia e conseguir ganhar dois importantes prêmios nacionais pela tese que desenvolveu, entre eles o Prêmio Capes de Tese 2023. Juliane realiza agora o Pós-Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Biologia da Interação Patógeno Hospedeiro (PPGBIO-INTERAÇÃO), do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), onde iniciou sua carreira científica em 2013. Aos 29 anos, Juliane é um exemplo de jovem doutora amazônida que pode inspirar tantas outras meninas que, como ela, alimentam o sonho de ser cientista. Por esta razão, ela será uma das palestrantes da programação da 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da Fiocruz Amazônia, em Tabatinga, sua cidade natal, nos dias 17 e 18/10, na sede do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM) – Campus Tabatinga.
“Sempre estudei em escola pública ao longo da minha vida, passei na Universidade Federal do Amazonas para cursar Biotecnologia até 2015, quando entrei no Mestrado em Biotecnologia. Trabalho na Fiocruz Amazônia desde a minha iniciação científica em 2013, sempre com o Dr Luiz André Mariúba, chefe do Núcleo de Inovação em Tecnologia (NIT), até o Doutorado também em Biotecnologia, num período sanduíche que fiz durante seis meses no Instituto Superior de Engenharia do Porto, em Portugal. Agora, sou pós-doutoranda do PPGBIO-INTERAÇÃO”, explica Juliane, emocionada com a oportunidade de contribuir com a divulgação científica na sua cidade. “A divulgação científica é um tema muito importante para a Ciência atual, uma vez que, cada vez mais é exigido do cientista/pesquisador o retorno para a sociedade com o resultado de seus estudos, traduzido da maneira mais clara possível”, afirma.
Junto com Juliane, participarão da programação da SNCT 2023 as jovens cientistas Maria Gabriella Santos Vasconcelos, mestranda em Hematologia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), e Eliza Raquel Duarte Silva, graduanda em Biotecnologia da UFAM. Na terça-feira, 17/10, pela manhã, elas marcarão presença no circuito de palestras e oficinas sobre o tema “Mulheres amazônidas e a perspectiva da carreira na pesquisa nas áreas biomédica e biotecnológica”. Maria Gabriella falará sobre a Biomedicina na Área Científica, abordando questões como áreas de atuação, habilitações que podem ser aplicadas na área científica, prerrogativas para iniciar carreira acadêmica e/ou comercial na área, além de um breve histórico acerca de mulheres que tiveram atuação destacada nas ciências políticas, matemáticas, humanas e biológicas, e para a Ciência brasileira. Já Eliza Raquel abordará a importância da Biotecnologia e suas áreas de atuação, forma de ingresso na carreira acadêmica e os projetos na área.
À tarde, serão realizadas as oficinas “Extração DNA do Morango” e “Tipagem Sanguínea”, com as duas palestrantes. Eliza explica que, na primeira, o objetivo é buscar elucidar de forma demonstrativa conceitos, função e a localização do DNA, utilizando processos químicos para desnaturação da membrana celular e visualização do DNA a olho nu. Na segunda oficina, Maria Gabriella fará uma explanação sobre a importância do banco de sangue e como encontrá-lo em sua região, a exemplo da Fundação Hemoam, em Manaus, e do Banco de Sangue do Hospital de Guarnição de Tabatinga, além das aplicações do conhecimento do tipo sanguíneo das pessoas. Paralelamente estarão ocorrendo as mostras de Vídeos e Podcasts do DigiCiência e OuvirCiência, do Projeto InovaPop – ILMD/Fiocruz Amazônia: popularizando a inovação tecnológica com tecnologias digitais, com a presença da pós-doutoranda Juliane Correia Glória, que participa de um podcast como entrevistada e atuou também na produção do vídeo sobre os dez anos do NIT. Ainda na programação da tarde da terça-feira, o Jogo dos ODS: Tapetão da Saúde e Sustentabilidade, que consistem em conhecer as metas dos Objetivos do Milênio da Agenda 2030, relacionando-os com a realidade da escola ou comunidade.
MENINA HOJE, CIENTISTA AMANHÃ
Na quarta-feira, 18/10, pela manhã acontece a Roda de Conversa “Menina Hoje, Cientista Amanhã: na trilha da carreira científica na Amazônia”, que reunirá para um bate-papo com os estudantes a Doutora em Biotecnologia Juliane Corrêa Glória, a Mestranda em Hematologia Maria Gabriella Santos de Vasconcelos e a Graduanda em Biotecnologia Eliza Raquel Duarte da Silva. Elas terão oportunidade de falar sobre as atuações de cada uma na pesquisa científica, introduzindo questões como a importância do diagnóstico de doenças, os métodos de diagnóstico disponíveis e as perspectivas no desenvolvimento de novos métodos, além de suas histórias de vida e experiências na área científica. Haverá também a dinâmica com os Jogos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, com a coordenação da técnica especializada do ILMD/Fiocruz Amazônia, Rejane Marques da Silva. À tarde, continuam as oficinas e mostra de vídeos apresentados no dia anterior para que um maior número possível de estudantes do IFAM possa participar. As sessões duram, de 40 a 60 minutos.
HIV/AIDS
Além de Tabatinga, a 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da Fiocruz Amazônia levará atividades também para Presidente Figueiredo, na Região Metropolitana, e instituições de Manaus, a exemplo do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) e a Escola Estadual Presidente Castelo Branco, no São Jorge. A organização da SNCT envolveu diversos setores e laboratórios da Fiocruz Amazônia, a exemplo do Laboratório de Diagnóstico e Controle de Doenças Infecciosas da Amazônia (DCDIA), coordenado pelo pesquisador em Saúde Pública da Fiocruz Amazônia Paulo Nogueira. O laboratório irá apresentar uma peça produzida e encenada por bolsistas, pesquisadores, alunos do Mestrado e de iniciação científica, com o título “Então…Vhiva Mais”, abordando a história de uma pessoa vivendo com HIV/Aids.
Dirigida pelo pesquisador do Laboratório DCDIA Yury Chaves, juntamente com Thaissy Xavier, egressa do PPGBIO/ILMD, e Rebeca Pinheiro, do PPGIBA, da UFAM, a peça trata sobre os preconceitos enfrentados desde a infância e na fase adulta, levando conhecimento científico para a sociedade civil e desmistificando estigmas. A peça teve inspiração em histórias reais e será apresentada na quinta-feira, 19/10, a partir das 8h, no auditório da escola. Na sequência, haverá exposição de banners sobre transmissão, prevenção, diagnóstico do HIV, além de roda de conversa e gincana com os estudantes.
No CIGS, serão realizadas atividades nos dias 18 e 19/10, abrindo com a exibição do curta-metragem “A Menina que Virou Cientista” e exposições simultâneas “Aqui Tem Ciência, Aqui tem Fiocruz”, “Metamorfose dos Insetos “ e “Vida Invisível: Conhecendo os Microrganismos”, juntamente com a dinâmica do Jogos dos ODS: Tapetão da Saúde e Sustentabilidade, pela manhã e tarde, com a participação dos alunos da Escola Estadual Sant’Anna. Em Presidente Figueiredo, as atividades acontecerão no dia 20/10.