Correspondente da Science Magazine conhece projetos da Fiocruz Amazônia
Jon Cohen, correspondente sênior da Science Magazine, uma das mais prestigiadas revistas científicas do Mundo, esteve em Manaus visitando projetos desenvolvidos pela Fiocruz Amazônia. Ao longo de uma semana, o jornalista conheceu estudos nas áreas de dengue, malária, COVID-19, além de vivenciar a experiência de visitar uma comunidade ribeirinha, às margens do Rio Cuieiras, afluente do Rio Negro, na zona rural de Manaus. Para Jon, uma experiência inédita na trajetória profissional dele, enquanto jornalista e escritor especializado em coberturas de áreas como Biomedicina, com foco em HIV/Aids, doenças infecciosas, imunologia, vacinas, genética, pesquisas de primatas, evolução, financiamento de pesquisas, biologia reprodutiva, entre outros temas. O correspondente foi acompanhado por pesquisadores do ILMD/Fiocruz Amazônia nas visitas de campo e considerou a prática bastante produtiva.
Um dos aspectos que mais impressionaram, segundo Jon, foi a riqueza do potencial científico da Amazônia. “Demora muito tempo para conhecer qualquer lugar, mas aqui é possível verificarmos o quanto a Amazônia está ligada com a ciência e como a ciência pode proteger a humanidade. É fascinante a relação entre uma cidade de 2 milhões de pessoas e os rios que a conectam a cidades bem remotas”, afirmou Jon, que viajou em uma embarcação regional até o Cuieiras. “Estou aqui pelo interesse de conhecer como a Amazônia e a ciência podem nos proteger de uma futura pandemia, já que na floresta, tendo os animais e os mosquitos, não é impossível que possa surgir um novo vírus. Esse é um lugar em que potencialmente isso pode acontecer”, afirmou.
Jon faz uma correlação entre as cidades de Manaus e Wuhan, na China, no tocante à dinâmica de transmissão viral. “A primeira tese é a de que provêm (os vírus) da natureza, e do mercado, como aconteceu na China, existe uma construção de uma evidência corporal, é assim que acontece. Outra alternativa é de que vêm de um laboratório, mas nunca vi evidências. Poderia Manaus ser como Wuhan? Acho que sim, daí meu interesse de conhecer trabalhos desenvolvidos nessas áreas”, ponderou. Para o jornalista, humanos não são muito bons em prevenção. “Até mesmo com as vacinas, veja só quantas pessoas recusaram tomar a vacina, comprovadamente segura, quantas pessoas recusaram”, comenta. O correspondente embarcou de volta para os EUA, nesta segunda-feira, 12/12.