Infecções fúngicas e potencial biotecnológico dos fungos são abordados durante 9ª edição do Congresso Brasileiro de Micologia

A programação do 9º Congresso Brasileiro de Micologia, que iniciou na última segunda-feira, 24/6, em Manaus, conta com diversos minicursos, simpósios, conferências e mesas-redondas. Coordenada pela pesquisadora, Ormezinda Celeste Fernandes, do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), a mesa-redonda “Potencial biotecnológico dos fungos” abordou as seguintes temáticas: “Produção de asparaginase por Fungos”, “Produção de enzimas industriais por Trichoderma SP”, e “La tecnología que acompaña nuestro futuro podría estar bio-inspirada em la micodiversidad nativa: una plétora de actividades promisorias al hacer micoprospección en Manaus, Amazonas”.

As apresentações foram realizadas pelos pesquisadores, Adalberto Pessoa Junior (USP/SP), Ines Fariña (PROIMI/CONICET) da Argentina, Ayla Sant’Ana da Silva (INT/MCTIC), Kamila Tomoko Yuyama (Embrapa Amazônia Ocidental). “Coordenamos uma mesa-redonda sobre a importância biotecnológica dos fungos, onde a gente consegue ver essa parceria que existe entre os Institutos, através de trabalhos apresentados sobre a nossa biodiversidade, mostrando o potencial que estes microorganismos possuem, cada vez mais fortalecendo a pesquisa no país”, explicou Ormezinda Fernandes.

INFECÇÕES FÚNGICAS E POTÊNCIAL BIOTECNOLÓGICO

Os pesquisadores Manoel Marques Oliveira, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), e Ziadir Coutinho, médico dermatologista do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Farias da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/FIOCRUZ), fizeram parte da mesa-redonda “Infecções fúngicas versus notificação compulsória”. Manoel abordou o tema “Esporotricose: perfil de virulência das espécies e epidemiologia molecular dessa doença de notificação compulsória”, e Ziadir falou sobre “A face oculta da criptococose: mortalidade no Brasil (2000-2012)”.

Para Manoel Oliveira, é de fundamental importância que a abordagem tenha ocorrido em uma região como a Amazônia, onde os relatos de casos de esporotricose são poucos. “Foi uma ótima oportunidade para conversarmos sobre esporotricose, em uma região que a gente ainda tem poucos relatos de caso, mas que acreditamos já existir uma expansão para a região norte. Através desta oportunidade é importante criarmos novas redes de trabalho, possibilitando aumentar esse diagnóstico de esporotricose, nos ajudando a entender melhor esses fatores de virulência dessas espécies, e incentivando o desenvolvimento de ações de saúde pública”, destacou.

SELO POSTAL

Durante o primeiro dia de evento, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos promoveu o lançamento da Coleção Emissão Postal Especial – Série Mercosul: Diversidade de Fungos. A emissão ilustra a diversidade dos fungos e é composta por 6 selos. Os fungos retratados são a Gaiola-de-bruxa-amarela (Clathrus chrysomycelinus), a Gaiola-de-bruxa-de-colunas (Clathrus columnatus), a Estrela-da-terra-violeta (Geastrum violaceum), o Leque-de-anjo (Hydnopolyporus fimbriatus), a Galinha-da-mata (Laetiporus gilbertsonii) e o Fungo-de-porcelana (Oudemansiella cubensis).

De acordo com a equipe, todas as espécies de fungos, representadas nos selos, são decompositores de matéria orgânica que contribuem com a reciclagem de nutrientes e manutenção dos ecossistemas terrestres. Ao todo, foram lançados 240 mil selos exemplares divididos em seis grupos, vendidos a R$ 1,60 cada. A coleção faz parte da série Mercosul, e as peças estarão disponíveis nas agências de todo o país e também na loja virtual dos Correios.

RECURSOS BIOLÓGICOS

Nesta terça-feira, 25/6, Manuela da Silva, assessora da Vice-presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB/Fiocruz) palestrou sobre “Rede Brasileira de Centros de Recursos Biológicos”, durante a mesa-redonda “Coleções de culturas fúngicas no Brasil: Tendências e potencialidades”. Na quinta-feira, 27/6, ela palestrará sobre “Lei da biodiversidade: (Lei 13.123/15 e decreto 8.772/16): impactos nas atividades P&D e atualizações, em edição especial do centro de estudos da Fiocruz Amazônia.

O Centro de Estudos do ILMD/Fiocruz Amazônia é um núcleo que oportuniza encontros, palestras, seminários e debates sobre diversos temas ligados à pesquisa e ao ensino para a promoção da saúde. Os eventos são gratuitos e ocorrem às sextas-feiras, na sede da Fiocruz Amazônia. As atividades são destinadas a estudantes de graduação e pós-graduação, pesquisadores, professores e trabalhadores da área da Saúde.

PÚBLICO

O evento é destinado a estudantes de graduação e pós-graduação, pesquisadores, professores, técnicos de nível médio e superior, profissionais liberais (médicos, odontólogos, farmacêuticos, biólogos, biomédicos, veterinários entre outros), representantes da área industrial, e gestores relacionados a políticas públicas em saúde, ciência e tecnologia.

PARCEIROS

O IX Congresso Brasileiro de Micologia tem como realizadores a Sociedade Brasileira de Micologia (SBMy), o ILMD/Fiocruz Amazônia, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a Embrapa-Amazônia Ocidental, e a Fundação de Medicina Tropical Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD). Conta com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), da  Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp),  da Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur) e da Fapeam.

ILMD/Fiocruz Amazônia, por Eduardo Gomes
Fotos: Eduardo Gomes