Parceria com a Fiocruz aumenta a capacidade de exames de diagnóstico pelo Lacen-MS

Bioquímicos do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) do Mato Grosso do Sul receberam treinamento para diagnóstico laboratorial pelo método PCR de Parvovírus B19, sarampo, vírus Oeste do Nilo e outras arboviroses como mayaro e oropouche.

O curso foi ministrado pelo pesquisador do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) Felipe Naveca e pela responsável técnica da Plataforma de PCR em Tempo Real, da mesma instituição, Valdinete Nascimento.  Ele explica que a ideia do curso surgiu da parceria iniciada entre Fiocruz Amazônia e Fiocruz do Mato Grosso do Sul (Fiocruz-MS), representada pelas pesquisadoras Zoraida Fernandez e Alexsandra Favacho, para a pesquisa de agentes etiológicos virais e bacterianos causadores de síndrome febril aguda indiferenciada.

Com a implantação dos novos protocolos será possível reduzir o tempo de espera, aumentando a agilidade no diagnóstico dos exames, explicou o diretor-geral do Lacen, Luiz Henrique Ferraz Demarchi. “Antes, tínhamos que mandar para outros estados as amostras que precisavam do diagnóstico através dessa técnica, e os resultados levavam até 45 dias para chegar”, disse.

Com a análise dos novos agravos, os exames que hoje entram para diagnóstico de zika, dengue e chikungunya e que têm resultados negativos podem agora dar uma resposta ao paciente com a pesquisa de outros vírus.

A implantação da nova metodologia vai contribuir para que a Vigilância Epidemiológica e a Assistência possam tomar medidas efetivas de tratamento e acompanhamento ao paciente em tempo oportuno. A capacitação fez parte de diversas ações estabelecidas em termo de cooperação entre a Fiocruz e a Secretaria Estadual de Saúde do Mato Grosso do Sul, assinado em 2018. Pelo convênio também está previsto o envio de material para análises em laboratórios da Fiocruz Amazônia.

Na oportunidade, foi realizada a palestra com o título “Uso de métodos moleculares para o diagnóstico laboratorial de arbovírus – desenvolvimento de ensaios de PCR em tempo real e LAMP”, que foi aberta para a comunidade em geral.

O Lacen realiza exames de média e alta complexidade, atendendo os 79 municípios de Mato Grosso do Sul. São realizados pelo Lacen 47 tipos de exames nas áreas de vigilância epidemiológica, sanitária, ambiental e saúde do trabalhador.

Felipe Naveca explica que a Fiocruz Amazônia tem atuado em parceria com outras instituições e auxiliado com o desenvolvimento de ferramentas para o diagnóstico de arboviroses.  O pesquisador trabalha na execução e coordenação de projetos de vigilância epidemiológica, para a detecção e caracterização genética de possíveis casos humanos de arboviroses e a circulação em potenciais vetores, com financiamento do DECIT-MS, CNPq, CAPES através da Chamada MCTIC/FNDCT -CNPq / MEC-CAPES/ MS-Decit Nr 14/2016 – Prevenção e Combate ao vírus Zika, e do Programa Inova Fiocruz, através das chamadas Geração de Conhecimento e Produtos Inovadores.

ARBOVÍRUS

Arbovírus são vírus transmitidos por artrópodes como, por exemplo, o vírus da dengue, transmitido principalmente pelo mosquito Aedes aegypti. Existem centenas de arbovírus conhecidos, destes, mais de 30 foram identificados infectando seres humanos.

“Esses números, assim como o exemplo do vírus zika e do chikungunya, nos mostram que existe o risco de outros vírus se tornarem um importante problema de saúde pública. Por este motivo o sistema de vigilância em saúde deve ser dotado de diversas tecnologias, as quais permitam identificar os casos de infecções por vírus emergentes de maneira rápida e confiável”, disse Naveca.

ILMD/Fiocruz Amazônia, por Marlúcia Seixas.
*Com informações da Subsecretaria de Comunicação (Subcom-MS)
Foto: Eduardo Gomes