Fiocruz Amazônia participa de formação sobre o SUS promovida pela Agência da ONU para Migrações
O Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) participou na manhã desta terça-feira, 22/10, do Ciclo de Formação Sobre Políticas Públicas Brasileiras para a Saúde, voltado para lideranças migrantes, refugiados e apátridas, promovido pela Agência das Nações Unidas para Migrações (OIM). O evento, realizado na sede da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, contou com a presença de representações de migrantes, movimentos sociais, instituições de pesquisa e órgãos do poder público, com a finalidade de promover uma aproximação entre as lideranças e os representantes de cada serviço, além de garantir o acesso às informações sobre o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Representando a Fiocruz Amazônia, a antropóloga Fabiane Vinente, técnica de saúde pública do Laboratório de História, Políticas Públicas e Saúde na Amazônia (Lahpsa), fez uma apresentação acerca da trajetória do SUS, desde a criação até os dias atuais, destacando conceitos e a importância estratégica para a universalização da assistência à saúde no Brasil. “A OIM é um dos órgãos da ONU com escritório em Manaus por conta do nosso fluxo migracional, fomos convidados para participar desta formação, juntamente com outros atores estratégicos, a exemplo da Secretaria Estadual de Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde, com o foco voltadi para as lideranças de imigração e, também, para sociedade civil. O objetivo é falar um pouco sobre o que fazemos enquanto Fiocruz, por meio de projetos de pesquisa, e como funciona o SUS”, explicou Vinente.
De acordo com a consultora de políticas públicas do Escritório da OIM de Manaus, Diana Amorim, o ciclo de formação é, acima de tudo, um espaço de diálogo e reflexão sobre a estrutura e o funcionamento das principais políticas públicas brasileiras. “A ideia é que essa população (migrantes, refugiados e apátridas) tenha acesso a informação para além do acesso ao serviço aos quais elas tenham direito, mas que também vejam esses serviços e equipamentos públicos como espaços em que elas podem incidir politicamente, articular e se comunicar com o poder público por meio dos espaços de participação social”, explica Amorim.
A oficina contou com a presença de lideranças de nacionalidade venezuelana, haitiana e libanesa. No formato remoto, participaram migrantes residentes no Estados do Acre (AC) e Roraima (RR). “Temos participantes de nacionalidade boliviana, peruana, venezuelana e também de etnias indígenas de diferentes grupos, a ideia também era justamente promover o diálogo também entre essas lideranças para que elas pudessem conversar sobre as suas diferentes experiências e localidades, na interlocução com o poder público e nos espaços de participação social”, salientou a consultora da OIM, observando que a ideia é incentivar a população a seguir se mobilizando continuamente em outros espaços, como conselhos municipais, estaduais e por meio de conferências e audiências públicas, visando à 2ª Conferência Nacional de Migrações, Refúgio e Apatrídia (Comigrar), que acontecerá entre os próximos dias 8 e 10/11, em Brasília.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) realiza e apoia pesquisas e produção de dados com o objetivo de orientar e informar sobre políticas e práticas migratórias. Ao longo do mês de outubro, a OIM realizará um Ciclo de Formação sobre Políticas Públicas brasileiras, tendo como público-alvo lideranças migrantes, refugiadas e apátridas residentes nos estados do Acre, Amazonas e Roraima. O ciclo contará com três encontros.
ILMD/Fiocruz Amazônia, Por Júlio Pedrosa
Fotos: Júlio Pedrosa