Doenças de veiculação hídrica são abordadas durante atividade da SNCT 2024 em Tabatinga-AM

TABATINGA (AM) – As doenças de veiculação hídrica, suas formas de contaminação e a importância da higiene para evitá-las por meio da lavagem correta das mãos foram os temas abordadas durante a roda de conversa coordenada pela bióloga e pesquisadora-tecnóloga da Fiocruz Amazônia, Luciete Almeida, dentro da programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2024), realizada na sede do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFAM – Campus Tabatinga), no Alto Solimões. A atividade foi realizada pela Fiocruz Amazônia, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do Programa de Apoio à Popularização da Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas.

O objetivo da atividade, conforme explica Luciete, é chamar a atenção para a importância das medidas de higiene, sobretudo a lavagem das mãos, na prevenção a doenças, como diarreias agudas, cólera, shigelose, leptospirose e febre tifóide, entre outras, causadas por microrganismos, como bactérias e fungos presentes em todas as superfícies e principalmente nas mãos. Junto com as orientações, a bióloga realizou análise bacteriológica em meios de cultura do material coletado das mãos dos próprios alunos participantes da atividade. “Uns com as mãos lavadas e outros não. O resultado surpreendeu a todos”, explica Luciete, lembrando que a intenção da atividade é mostrar que medidas simples como lavar as mãos podem fazer toda diferença na qualidade de vida das pessoas.

Aluna do curso técnico de Administração do IFAM-Campus Santo Antonio do Içá, município vizinho, distante 254 quilômetros de Tabatinga, Valda Ionara Laranhaga Pinto, 37, contou que irá aplicar o aprendizado que obteve durante a oficina e a roda de conversa, no dia a dia como dona de casa e empresária. “Trabalho com venda de alimentos e essas informações sobre manuseio correto e a importância da lavagem das mãos e dos alimentos serão de grande utilidade”, reconheceu ela, que é mãe de sete filhos, entre eles Alex, que também é aluno do mesmo curso do IFAM.  Para Luciete Almeida, que é chefe do Setor de Bacteriologia do Laboratório  Diversidade Microbiana da Amazônia com Importância para a Saúde (DMAIS), da Fiocruz Amazônia, as informações repassadas podem ajudar e muito no dia a dia dos estudantes.

“Para se ter uma ideia, das dez amostras que mantivemos em estufa bacteriológica, por 24 horas, em temperatura de 37 graus, todas apresentaram contaminação por fungos e bactérias, até mesmo de quem lavou as mãos, o que significa dizer que a lavagem das mãos, utilizando água e sabão, e ainda álcool em gel, não foi suficiente para evitar a contaminação”, avalia Luciete. A experiencia com os alunos também contou com uma atividade para identificar quem estava com as mãos contaminadas através de uma solução reveladora e uma lâmpada fluorescente.

“Esse momento chama muito a atenção dos alunos para identificar como suas mãos podem estar sujas sem que percebam a olho nu. O resultado, nesse caso, mostrou também que todos os alunos estavam com as mãos cheias de fungos e bactérias. Isso e ciência”, finaliza a bióloga.

ILMD/Fiocruz Amazõnia, Por Júlio Pedrosa

Fotos: Júlio Pedrosa