Fiocruz Amazônia participa do 6º Congresso da Sociedade Brasileira de Proteômica, em São Paulo

Com um total de oito trabalhos submetidos, o Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) participou do 6º Congresso da Sociedade Brasileira de Proteômica, realizado entre os dias 16 e 19/09, no Centro de Difusão Internacional da USP, em São Paulo, com uma programação que envolveu a realização de cursos de treinamento e simpósios com temas variados relacionados à Proteômica e Metabolômica. Este ano, a Fiocruz Amazônia participou do evento com a maior comitiva, desde a primeira edição, formada por dez pessoas, sendo sete discentes Programa de Pós-Graduação em Biologia da Interação Patógeno-Hospedeiro (PPGBIO-INTERAÇÃO), um aluno do Programa de Apoio à Iniciação Científica (PAIC), uma pesquisadora-bolsista e a coordenadora do programa, a pesquisadora da Fiocruz Amazônia, Priscila Aquino.

De acordo Aquino, o congresso teve como novidade este ano a junção do Summit Brasileiro de Metabolômica, com os trabalhos na área de Proteômica, o que permitiu importante “troca de conhecimento” e perspectivas de parcerias. “A junção do Summit Brasileiro de Metabolômica foi uma oportunidade de intercâmbio científico tanto na área de Proteômica quanto de Metabolômica, onde foi possível visualizar trabalhos de estados da arte em diferentes temáticas envolvendo essas duas abordagens”, afirmou Priscila.

Segundo a pesquisadora, a Fiocruz Amazônia já participou de outras edições do BrProt, assim como da Escola de Proteômica, ano passado em Belém, estimulando a participação dos discentes para apresentação dos trabalhos desenvolvidos no ILMD/Fiocruz Amazônia. Aluna de Doutorado do PPGBIO-INTERAÇÃO, Rosyana de Fátima Vieira de Alburquerque, considera importante a participação dos discentes no evento por todos os conhecimentos adquiridos e as oportunidades de intercâmbio com colegas da área. “São experiências que irão contribuir bastante para o desenvolvimento da nossa pesquisa e com certeza são momentos de aprendizagem essenciais na jornada acadêmica de qualquer aluno de pós-graduação, pois permite que possamos conduzir nosso trabalho com mais embasamento e rigor”, afirmou, agradecendo à Fiocruz Amazônia a oportunidade em nome de todos que integram o grupo da Proteômica.

Para Kamila Pereira de Araújo, bolsista de Iniciação Científica Paic/Fapeam, a oportunidade de participar, pela primeira vez, do BrProt é motivo de felicidade e agradecimento pelo incentivo ao avanço da pesquisa na região e na instituição. “Estou muito feliz pela oportunidade de ter conhecido e participado do Congresso, algo maravilhoso para mim e minha formação acadêmica porque me permitiu desenvolver novas habilidades, adquirir vários conhecimentos, conhecer pessoas novas e fazer o network, ainda mais sendo aluna de Iniciação Científica”, agradeceu.

Priscila Aquino destaca a importância da presença da Fiocruz Amazônia no evento como um incentivo à participação de outros grupos da área de Proteômica em atuação no Amazonas. “A Proteômica não só no Amazonas como em toda a Região Norte é ainda muito incipiente, vemos poucos grupos atuando e trabalhando nessa linha, necessitando assim de incentivo para ampliar essa participação em eventos como o da Sociedade Brasileira de Proteômica. Com relação à Metabolômica, temos um grupo maior e mais estabelecido de pesquisadores no Amazonas, seja para o estudo de doenças como também aplicada à pesquisa de produtos naturais”, explicou Aquino.

A coordenadora do PPGBIO-INTERAÇÃO faz uma avaliação positiva dos trabalhos apresentados pela Fiocruz Amazônia durante o evento. “O congresso reúne um volume de pessoas muito grande, muito embora a Sociedade Brasileira de Proteômica ainda seja recente em relação às demais sociedades existentes, ainda assim é uma oportunidade e tanto para alavancar nosso trabalho”, avaliou Priscila.

RECURSOS HUMANOS

A fomento à formação de recursos humanos na área é um dos principais objetivos da Sociedade Brasileira de Proteômica no cenário da saúde pública no Brasil. Para o presidente da entidade, Giuseppe Palmisano, que coordena o Laboratório de GlicoProteômica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), são esses recursos humanos que vão possibilitar o desenvolvimento de tecnologias apuradas e metodologias robustas que permitam identificar biomarcadores, diagnósticos ou prognósticos de várias doenças. “Nosso objetivo é fomentar o desenvolvimento da ciência da Proteômica e os recursos humanos são os pesquisadores que vão fazer todas as descobertas também no campo da saúde pública para desvendar mecanismos biológicos de várias doenças, desde doenças infecciosas, crônicas, razão pela qual tivermos várias sessões focadas em diversas doenças, mostrando o quanto a Proteômica está atualizada na perspectiva da Saúde Única (One Health)”, afirmou o Giuseppe, observando que o Brasil está bem situado no cenário internacional, em relação ao desenvolvimento da área da Proteômica.

“Temos vários professores e pesquisadores brasileiros na Human Proteomic Organization e várias publicações em revistas de alto impacto que ajudaram e ajudam muito o desenvolvimento dessa ciência e pesquisadores da Sociedade que estão em vários comitês editoriais de revistas internacionais de Proteômica”, salientou.

Trabalhos apresentados no 6º BrProt

1 – Proteomic characterization of young women with grade cervical intraepithelial lesions grade 3

2 – Proteomics analysis reveals the Serpin family proteins differentially abundant in women with highgrade cervical lesions and HIV-positive

3 – Proteomic profile of the secretome and biofilm of Aspergillus fumigatus

4 – Insights of Bothrops atrox envenoming through label-free proteomics

5 – Metabolomic approach reveals potential metabolites for the discrimination of high-grade precancerous lesions of cervical cancer

6 – Exploring the proteomic profiles of women with cervical intraepithelial lesions grade 3 co-infected by HIV and HPV16

7 – Insights into the Lag and Exponential Phases of the Amazonian Aspergillus flavus Strain through Proteomics

8 – Essential proteins in the immune response against viral pathogens are present in vaccinated patients infected with the Ômicron variant

ILMD/Fiocruz Amazônia, Por Júlio Pedrosa

Fotos: Divulgação / Fiocruz Amazônia