Fiocruz Amazônia e USP realizam seminário sobre Cosmopolíticas do Cuidado no fim-do-mundo
O Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) e a Universidade de São Paulo (USP) realizam na próxima sexta-feira, 24/05, às 14h, na sede da unidade, em Manaus, o “Seminário Cosmopolíticas do Cuidado no Fim-do-mundo: gênero, fronteiras e agenciamentos pluriepistêmicos com a saúde pública”, como parte de projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), coordenado pelo professor-doutor José Miguel Nieto Olivar, do Departamento de Saúde, Ciclos de Vida e Sociedade, da Faculdade de Saúde Pública da USP. O projeto foi um dos selecionadas da Chamada Jovem Pesquisador da Fapesp, que apoia linhas de pesquisa inovadoras e de desenvolvimento da ciência, com base em novas linhas de pesquisa e desafios do conhecimento. O evento é realizado em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia (PPGVIDA), da Fiocruz Amazônia.
O seminário será aberto pela vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação, Rosana Parente, representando a diretora da Fiocruz Amazonia, Stefanie Lopes, e contará com a presença do coordenador do projeto, José Miguel Nieto Olivar, e do professor-doutor Leandro Luiz Giatti, também da USP e pesquisador visitante da Fiocruz Amazônia. “O objetivo éfavorecer espaços de escuta e diálogo com discentes e docentes do PPGVIDA, no sentido de fortalecer as discussões do projeto no âmbito da saúde coletiva na Amazônia e construir caminhos, adequações, conexões e composições possíveis com o PPGVIDA”, explica Giatti. A inscrição para participar do seminário é gratuita, bastando que o interessado preencha o formulário pelo link https://campusvirtual.fiocruz.br/gestordecursos/hotsite/seminario_cosmopoliticasdocuidado_ILMD2024. O evento se destina a docentes e discentes dos cursos de pós-graduação na área de saúde coletiva.
Nieto Olivar explica que o projeto tem como finalidade fornecer elementos de discussão para possam subsidiar uma troca de experiências entre as pessoas que produzem cuidado no campo da saúde pública no País e aquelas que vivem à margem da garantia dos direitos e possuem formas específicas de produzir cuidados para si e outras pessoas. “Que lugar tem o Estado nas histórias e possibilidades de futuro desses grupos?”, questiona o pesquisador, citando como exemplos pessoas trans, prostitutas, mulheres indígenas, familiares de encarcerados do sistema prisional, agricultoras, migrantes refugiadas, pessoas da umbanda e do candomblé, pessoas negras marginalizadas e aquelas que habitam a Amazônia urbana em contextos periféricos.
“O objetivo é discutir e entender como essas pessoas produzem e participam nas relações de cuidado, de lutas, de morte (necropolítica), processos de colonização, como se precisassem ser apagados ou vivessem à beira do fim-do-mundo. No melhor dos casos, o sistema de saúde pública olha para essas pessoas como seres que necessitam de algo e não que tenham a oferecer, e o que queremos é experimentar inverter essa lógica”, salienta José Miguel. O seminário terá carga horária de quatro horas, com capacidade máxima para 80 pessoas. As inscrições podem ser feitas até o a próxima quarta-feira, 22/05.
ILMD/Fiocruz Amazônia, Por Júlio Pedrosa
Foto: Arquivo/Ascom