Projeto desenvolvidos pela Fiocruz Amazônia são apresentados durante simpósio de pesquisadores em saúde da tríplice fronteira

O instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), em parceria com a Universidade Nacional da Colômbia (UN) – Sede Amazônia – Letícia (COL), promoveu entre os dias 27 e 29/11, o I Simpósio de Pesquisadores em Saúde da Tríplice Fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. O evento visou promover o encontro científico e interinstitucional, direcionado aos pesquisadores e profissionais da saúde, alunos de graduação e pós-graduação, para divulgar as pesquisas científicas em saúde realizadas na fronteira e incentivar a criação de uma rede de pesquisadores em saúde da tríplice fronteira.

A atividade é resultados de debates, promovidos durante um encontro, realizado em junho de 2019, entre pesquisadores do ILMD/Fiocruz Amazônia, Instituto Oswaldo Cruz – IOC/Fiocruz, Institut de Recherche Pour le Développement (IRD) e pesquisadores da Universidade Nacional da Colômbia – Sede Amazônia (UN), em Letícia (COL), para compartilhar informações sobre ações institucionais e possíveis estratégias para a saúde na fronteira.

Participaram da mesa de abertura do evento, o diretor do ILMD/Fiocruz Amazônia, Sérgio Luz, o diretor da Universidade Nacional da Colômbia – Sede Amazônia (UNAL), Germán I. Ochoa, o coordenador de pesquisa da UNAL, Carlos Zarate, e o secretário de saúde Departamental do Amazonas da Colômbia, Jose Hernan Espejo.

Para Sérgio Luz, o intercâmbio de informações sobre as pesquisas na área da saúde, realizadas na tríplice fronteira entre Brasil Colômbia e Peru, é de grande relevância para a colaboração entre os países. “Hoje estamos aqui para discutir temas de saúde importantes para esses países. A intenção é que esse simpósio retroalimente a ideia inicial da colaboração. Tivemos importantes falas sobre os problemas de saúde durante o evento, para que esse entendimento comece a crescer, e a gente consiga alcançar um objetivo maior de construir conhecimento e relações nesse território, que precisa ser visto como um território único”, disse.

 

No primeiro dia de evento, a vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz Amazônia, Claudia Rios, realizou uma apresentação institucional sobre a Unidade da Fiocruz em Manaus, destacando a importância da formação, e apresentando os programas de pós-graduação e cursos de especialização. Na ocasião, foi abordada também a promoção do Curso de Especialização em Vigilância em Saúde na Rede de Atenção Primária à Saúde, oferecido pela Fiocruz Amazônia, em formato presencial em Tabatinga (AM).

O Vice-Diretor de Pesquisa e Inovação da Fiocruz Amazônia, apresentou o projeto “Vigilância genômica de vírus emergentes e reemergentes na Amazônia ocidental brasileira”. Já o pesquisador Lee Crainey, apresentou o projeto “Doenças filariais na Amazônia brasileira”.

Representando Sérgio Luz, coordenador do projeto “Controle de Aedes Spp. Com Estações Disseminadoras de Larvicida em Tabatinga (Brasil) e Leticia (Colombia)”, o pesquisador José Joaquim, abordou a implantação do projeto na tríplice fronteira. O estudo iniciou em 2014 nas cidades de Manaus e Manacapuru, no Amazonas. Atualmente, está sendo testado em outras cidades brasileiras e tem apresentado resultados animadores mesmo em diferentes paisagens geográficas e escalas.

Confira a programação do evento

Durante o evento, outros pesquisadores apresentaram trabalhos, representando a Fiocruz Amazônia: Sully Sampaio, do Laboratório de Situação de Saúde e Gestão do Cuidado de Populações Indígenas e outros grupos vulneráveis (SAGESPI), apresentou o projeto “Atenção diferenciada: a formação técnica de agentes Indígenas de saúde do alto rio negro”. Bernardino Albuquerque, coordenador do curso de Especialização em “Vigilância em Saúde na Atenção Básica”, em Tefé, abordou “A importância da implantação de uma sala de situação em Saúde na tríplice fronteira”.

SALA DE SITUAÇÃO EM SAÚDE

Representando a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), José Juan Cortez, apresentou as “Experiência da Organização Pan-americana de Saúde com sala de situação”.  A Sala de Situação em Saúde do Ministério da Saúde, tem por objetivo disponibilizar informações, de forma executiva e gerencial, para subsidiar a tomada de decisão, a gestão, a prática profissional e a geração de conhecimento. Além disso, demonstra a atuação governamental no âmbito do SUS, fornece referencial para projeções e inferências setoriais, além de contribuir para a transparência acerca das ações desenvolvidas na área da saúde.

A sala é dividida em quatro módulos: O socioeconômico apresenta aspectos socioeconômicos, demográficos e territoriais que permitem identificar a situação conjuntural brasileira. Reúne dados políticos de estados e municípios, bem como as representações no poder Legislativo e sua atuação na área da saúde, por meio de emendas e convênios. Já o módulo “Ações em saúde”, possibilita o acompanhamento das metas físicas, coberturas e repasses financeiros relacionados às principais ações e programas do Ministério da Saúde.

“Situação de saúde” é o módulo que disponibiliza indicadores epidemiológicos e operacionais relacionados a doenças e agravos caracterizados como problema de saúde pública, além de auxiliar na elaboração de análises contextuais, utilizadas na formulação de políticas e na avaliação de intervenções específicas no campo da saúde.

Outro setor importante é o de “Gestão em saúde”, que aborda a execução orçamentária do Ministério da Saúde, por unidade orçamentária, programas e ações. Informa os limites financeiros por empenho e por fontes de recurso. Detalha a situação de convênios e apresenta as transferências fundo a fundo, particularizando os repasses financeiros. Exibe informações sobre estabelecimentos e profissionais de saúde em atuação no SUS. Através da sala é possível mostrar indicadores de processo e resultados do monitoramento do Pacto pela Saúde.

“Participamos com muito agrado deste simpósio, para podermos conhecer e apoiar em todas as políticas que estão sendo planejadas e desenvolvidas, a partir de uma experiência que temos vivenciado em outros cenários, também de fronteira. Esperamos estar contribuindo, para fortalecermos dessas políticas através de nossas experiências”, destacou Juan José Cortez Escalante, representante da OPAS.

Ascom – ILMD/Fiocruz Amazônia, por Eduardo Gomes

Fotos: Eduardo Gomes