Fortaleza recebe projeto da Fiocruz Amazônia que usa mosquitos para disseminar larvicida em criadouros

De 18 a 22 de março, no bairro São João do Tauape, em Fortaleza, cerca de 1.200 Estações Disseminadoras de Larvicida serão instaladas por agentes de endemias, coordenadores e pesquisadores do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), por meio de projeto que avalia a eficácia dessa alternativa no controle de mosquitos Aedes aegypti e Ae. albopictus, transmissores dos vírus da dengue, zika e chikungunya.

A tática do projeto é usar os mosquitos para disseminarem larvicida em seus próprios criadouros e assim eliminar suas larvas e pupas. Uma das vantagens do uso dos mosquitos na disseminação do produto é que eles podem encontrar quaisquer possíveis criadouros, mesmo os que estão em locais de difícil acesso como em calhas de telhados, em terrenos baldios, em  casas abandonadas etc.

Esse estudo iniciou em 2014 nas cidades de Manaus e Manacapuru, no Amazonas. Atualmente,  está sendo testado em outras cidades brasileiras e tem apresentado resultados animadores mesmo em diferentes paisagens geográficas e escalas.

 

Para a implantação em Fortaleza, o projeto conta com a parceria da Fiocruz Ceará, Secretaria Municipal de Saúde, Vigilância em Saúde e Vigilância Epidemiológica, e equipe das Unidades Básicas de Saúde (UBs) de São João do Tauape. “Nas salas de situação de saúde das UBs do bairro, os resultados serão acompanhados pela equipe em tempo real”, comemora Joaquín Carvajal, pesquisador da Fiocruz Amazônia.

 

O projeto conta com apoio do Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia, e do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis (Decit & Devit/MS), da Organização Pan-Americana da Saúde-Organização Mundial da Saúde (Opas-OMS), e com apoio de secretarias municipais e estaduais de Saúde. Os ensaios ocorrem em diferentes regiões do Brasil, visando avaliar a eficácia da tática do uso das Estações Disseminadoras de Larvicida.

SOBRE AS ESTAÇÕES DISSEMINADORAS

As Estações Disseminadoras de Larvicida são baldes plásticos, cobertos com pano preto impregnados de larvicida, e que para funcionarem necessitam de uma certa quantidade de água para atrair os mosquitos.

Ao pousarem na superfície da Estação, partículas do larvicida são aderidas às pernas e corpo dos mosquitos, que acabam levando esse produto para outros criadouros e, com isso, conseguem matar larvas e pupas, inclusive em criadouros que muitas vezes não poderiam ser localizados pela população e equipes de vigilância.

ILMD/Fiocruz Amazônia, por Marlúcia Seixas
Imagem: Google Maps
Infográfico: Mackesy Nascimento