Como preencher e incrementar seu currículo Lattes?

Apesar da grande utilização no meio acadêmico, especialmente para quem deseja dar continuidade aos seus estudos através de cursos de mestrado e doutorado, ou por aqueles que desde a graduação se interessam por pesquisa e fazem iniciação científica, muitas pessoas ainda não sabem exatamente o que é o currículo Lattes, ou quando sabem, têm dificuldade para preenchê-lo ou atualizá-lo.

O currículo é uma ferramenta criada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio da Plataforma Lattes, com o objetivo de integrar as bases de dados, organizar e padronizar os currículos do território nacional.

Com o tema “Como preencher e incrementar seu currículo Lattes”, a pesquisadora Elizabeth Teixeira, professora do Centro Universitário Luterano de Manaus (CEULM/Ulbra), apresentou nesta sexta-feira, 6/4, no Salão Canoas, auditório do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), palestra com sugestões e dicas sobre o currículo Lattes.

A palestra foi organizada pelo Centro de Estudos do ILMD/Fiocruz Amazônia, núcleo que oportuniza encontros, conferências, seminários e debates sobre diversos temas ligados à pesquisa, ensino e promoção da saúde.

Acompanhe a entrevista com Elizabeth Teixeira:

Fiocruz Amazônia: Qual a importância do Lattes no meio acadêmico?

Elizabeth – O Lattes vai começar a espelhar a trajetória da pessoa, vai revelar o que ela tem feito, o que tem buscado, as participações, as movimentações interinstitucionais e extrainstitucionais. Quando se está num campo acadêmico é preciso se preparar para um campo profissional, e o lattes é um elemento representador, um cartão de visitas, um retrato profissional e acadêmico, sem falar nos processos seletivos. Durante a graduação a pessoa pode desejar tornar-se um bolsista de iniciação científica, de um programa ou projeto e o processo seletivo é realizado inicialmente pela análise do Lattes.

Fiocruz Amazônia: Qual a melhor maneira elaborar o resumo do Lattes?

Elizabeth – O resumo pode ser automático, cedido pela própria plataforma Lattes, extremamente quantitativo. Eu sugiro que as pessoas façam seus próprios textos, na primeira pessoa, apresentando sua trajetória em uma ordem cronológica. Na medida que você vai caminhando, você vai ter outros elementos para destacar, mas não precisa colocar nesse texto a quantidade de coisas que faz, pois o lattes já faz essa tabulação. O resumo é um texto descritivo qualitativo.

Fiocruz Amazônia: Quais as principais dificuldades encontradas no preenchimento do Lattes?

Elizabeth – Como a gente possui uma tendência de acumular, muito certificado, muito papel, e pouco tempo para atualizar, a pessoa acaba ficando parada na mesma tela e não descendo com o cursor, com isso preenche apenas as opções que são obrigatórias para o Lattes. Palavras-chaves não são obrigatória, outras informações também não, o campo das grandes áreas não é obrigatório, e acabam ficando todos em branco. A gente sugere que periodicamente, com maior regularidade, o usuário da plataforma Lattes a atualize, para não acumular papel e querer inserir vários itens de uma só vez.

Fiocruz Amazônia: Como delimitar um bom perfil profissional dentro da plataforma?

Elizabeth – O que vai definir o perfil é a palavra-chave, pois nesse campo você constrói a tendência.

Fiocruz Amazônia: Que eventos devem ser considerados como “formação complementar” e como diferenciá-los do campo  de“participação em eventos”?

Elizabeth – Formação complementar é quando o pesquisador está se formando, podendo ser a institucional formal, e a complementar é a que você pode fazer participando de oficinas, cursos, processos de atualização. Hoje, neste encontro, cada um que aqui esteve fez uma formação complementar, ou seja, são os cursos onde  se aluno ou estudante. No entanto, se durante um evento apresenta-se trabalhos, tipo resumos, pôsteres, banners, neste caso é participação em eventos. É importante salientar que na mesma oportunidade pode-se ter as duas ações.

Fiocruz Amazônia: Como você analisa a presença dos tópicos “inovação” e “popularização da ciência e tecnologia dentro da plataforma?

Elizabeth – Acredito que nos tópicos de inovação e popularização da ciência e tecnologia, nós ainda estamos muito tímidos. As pessoas tendem a imaginar que inovação é apenas quanto se patenteia algo, da mesma forma que imaginam sobre o que é a popularização. Se eu estou em um evento apresentando um trabalho, eu não estou popularizando ciência e tecnologia? É claro que eu estou. Nós precisamos quebrar essas representações que colocam tudo muito longe de nós.

ILMD/Fiocruz Amazônia, por Eduardo Gomes
Foto: Eduardo Gomes