Realizada ontem, 26 de janeiro, a primeira palestra ofertada em 2017, pelo Centro de Estudos do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/ Fiocruz Amazônia) abordou aspectos e estratégias de submissão de artigos, escolhas de periódicos científicos, políticas editoriais, assim como fatores de impacto e custos de publicações. A atividade foi ministrada pelos pesquisadores sêniores do ILMD, Bernardo Horta, da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), e Carlos Coimbra, da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Na programação, Coimbra destacou a importância de pensar no público a quem interessa o estudo. “Os autores devem refletir muito sobre o público que querem atingir, independente dessa mistificação do fator de impacto dos periódicos. Se eu quero atingir o público dos profissionais do serviço de saúde, ou se eu quero atingir o público dos cientistas das escolas médicas do mundo, eu preciso saber aonde eu quero chegar com isso”, explicou.
O pesquisador avaliou que mesmo os artigos mais voltados para a academia, comunidade científica Stricto Senso, devem se preocupar com a segmentação que existe na academia. Outro aspecto abordado sobre os desafios encontrados no momento de submissão dos artigos, foi a dificuldade por parte dos autores em saber escrever para o público certo, e isso também inclui a redação da língua portuguesa.
Sobre os questionamentos do público em relação ao “fator de impacto” das publicações, Bernardo Horta, esclareceu que “impacto de produção é algo muito maior do que simplesmente citação, é algo que leva a novos produtos, novas patentes, algo usado para atingir o desenvolvimento de um novo procedimento, ou estudos que levem a novas políticas públicas”.
Outro assunto bastante discutido durante a apresentação foi a escolha do idioma em que os artigos são publicados. De acordo com os pesquisadores, a língua deve ter relação com o público ao qual os autores querem alcançar.
Horta ponderou que os avanços das publicações científica dos pesquisadores do Brasil, devem ser pautados por estratégias como a inovação e importância dos estudos científicos. “A nossa produção nacional tem alcançado destaque internacional, temos pesquisadores brasileiros publicando nos principais periódicos do mundo, então eu penso que é uma questão de nós produzirmos pesquisas inovadoras, relevantes e com isso conseguiremos ir além das fronteiras”, disse.
Para o biólogo, Yuri Chaves, que cursa doutorado no ILMD, a palestra ajudou a desconstruir conceitos e ampliar o olhar em relação a outros aspectos de importância. “A gente leva em consideração que um artigo deve ser publicado em inglês, e graças a utilização da língua ele será bem acessado, mas na verdade os palestrantes nos mostraram o contrário. Além disso, é importante conhecer o trabalho e escolher qual a melhor revista para que o artigo tenha mais acesso, de acordo com o público que se pretende atingir”, falou.
CENTRO DE ESTUDOS
O Centro de Estudos do ILMD/Fiocruz Amazônia é um núcleo que oportuniza encontros, palestras, seminários e debates sobre diversos temas ligados à pesquisa e ensino para a promoção da saúde. A entrada é gratuita e podem participar estudantes de graduação e pós graduação, pesquisadores, professores e trabalhadores da área da Saúde.
ILMD/ Fiocruz Amazônia, por Eduardo Gomes
Fotos: Eduardo Gomes