Fiocruz participa de missão no Japão visando fortalecer cooperação com o Brasil na área das pesquisas em saúde e metagenômica
A Fundação Oswaldo Cruz participa desde o início do mês de outubro de uma série de eventos científicos na cidade de Tóquio, visando fortalecer os laços entre o Brasil e o Japão, no âmbito do Projeto Projeto FINDINGS, desenvolvido há cerca de dois anos por meio de cooperação firmada entre a Fiocruz e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), tendo como ponto focal o Instituto Nacional de Doenças Infecciosas do Japão (NIID). O acordo visa intensificar as pesquisas em vigilância genômica nos dois países. A delegação da Fiocruz é composta pelo virologista e pesquisador em Saúde Pública Felipe Gomes Naveca, chefe do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) e coordenador do Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Reemergentes ou Negligenciados (ViVER) do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), juntamente com os pesquisadores em Saúde Pública da Fiocruz Ceará Fábio Miyajima, Veridiana Miyajima e Fernando Braga; da Fiocruz Pernambuco, Adalúcia da Silva; da Fiocruz Bahia, Andreza Leite, e Victor Costa de Souza, da Fiocruz Amazônia.

De acordo com Naveca, a ampla agenda cumprida no Japão incluiu a realização de visitas oficiais, reuniões de estudo, treinamentos práticos e palestras. A missão se encerra no final de outubro. Entre os eventos que compuseram a agenda da missão, estiveram o 3º Workshop de Pesquisa Colaborativa Brasil-Japão sobre Arbovírus e a visita ao diretor do Instituto de Controle de Zoonoses, Dr Ayato Takada, da Universidade de Hokkaido; participação no Seminário Conjunto Fiocruz-NIID de Vigilância Genômica de Patógenos e Metagenômica para Identificação de Patógenos Causadores, com palestra proferida pelo pesquisador Victor Souza e visita ao diretor-geral do NIID, Dr Tetsuro Matano. A delegação realizou também visita oficial à Embaixada do Brasil no Japão, quando foram recebidos pela diplomata Carolina Saito, e participaram da VI Reunião do Comitê Conjunto para Cooperação Científica e Tecnológica Brasil, principal foro do arranjo bilateral de cooperação entre Brasil e Japão na área de Ciência, Tecnologia e Inovação, com a presença do embaixador do Brasil no Japão, Octavio Cortês. Na oportunidade, Felipe Naveca representou a Fiocruz e realizou palestra apresentando a instituição e o seu papel estratégico para a saúde no Brasil.

“Foi uma missão bastante produtiva por conta do Projeto FINDINGS, assinado com a JICA e que já vem sendo executado há dois anos, com sucessivas idas ao Japão e visitas dos representantes japoneses ao Brasil. Desta vez, estivemos aqui para um treinamento em análises metagenômicas e, também, para fortalecer a colaboração com outros grupos de pesquisa do Japão, especialmente do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas do Japão (NIID)”, explica Naveca. Segundo o pesquisador, os laços com o país nipônico se tornam cada vez mais fortes em várias áreas da saúde. “A participação no encontro organizado pela Embaixada brasileira e o governo japonês foi uma oportunidade importante de apresentação da Fiocruz para institutos de pesquisa e grupos empresariais japoneses que participaram da reunião. Há um grande interesse mundial pela Amazônia, sobretudo no Japão e a oportunidade de apresentar a Fiocruz e seu papel estratégico para a região foi única”, afirmou.

Em março deste ano, o ILMD/Fiocruz Amazônia) recebeu a visita de uma comitiva de pesquisadores do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas (NIID) do Japão, acompanhado de representante da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), para a realização de treinamento nas técnicas clássicas em virologia, utilizadas na rotina do Laboratório de Arbovírus do NIID, que é referência no Japão.

SOBRE O NIID
O NIID é um centro de pesquisa em saúde pública ligado ao Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar japonês. Suas principais atividades incluem pesquisa fundamental e aplicada sobre doenças infecciosas, definição de padrões de teste para o desenvolvimento de vacinas e antibióticos, vigilância epidemiológica e cooperação internacional em saúde. Sua função principal é realizar pesquisas para combater doenças infecciosas, desenvolver métodos de diagnóstico e tratamento, e garantir a qualidade de vacinas e antibióticos. Para isso, desenvolve atividades que incluem vigilância patológica e epidemiológica, testes para desenvolvimento de vacinas, laboratório de referência, cooperação internacional e pesquisas básicas sobre doenças como a encefalite japonesa, dengue e zika. O NIID faz parte do Japan Institute for Health Security, que foi estabelecido em abril de 2025 para responder a crises de saúde, não apenas infecciosas, mas também outras que afetam a saúde pública. No treinamento realizado na Fiocruz Amazônia, entre os dias 7 e 13/03, foram utilizadas amostras do vírus Oropouche avaliadas pelo Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Reemergentes ou Negligenciados (ViVER).

COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
A JICA é uma agência governamental que implementa a assistência oficial ao desenvolvimento do governo japonês. No Japão, a JICA atua em projetos de cooperação técnica, financeira e empréstimos para países em desenvolvimento, enquanto no Brasil, a agência colabora em áreas como meio ambiente, prevenção de desastres, saúde e apoio às comunidades Nikkeis. Seu objetivo principal é apoiar o crescimento e a estabilidade socioeconômica dos países em desenvolvimento, com o objetivo de contribuir para a paz e o desenvolvimento da sociedade internacional. A agência possui escritórios no Japão e em cerca de 103 locais no exterior, incluindo o Brasil, onde atua nas áreas de cooperação técnica, cooperação financeira, apoio a comunidades e parcerias público-privadas e cooperação com ONGs e outras instituições para projetos sociais e ambientais.


