Fiocruz Amazônia defende protagonismo das instituições acadêmicas e científicas amazônicas no documento ao presidente da COP 30

A Fiocruz Amazônia será uma das instituições de pesquisa presentes ao encontro preparatório para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que acontecerá entre nos dias 19 e 20/08, na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Setor Sul do campus sede. O encontro da comunidade cientifica da Amazônia com o embaixador da COP 30, André Corrêa do Lago, contará com a participação de pesquisadores da Fiocruz Amazônia que atuam em diversas áreas do conhecimento científico. A Fiocruz Amazônia defende o protagonismo das instituições acadêmicas e de pesquisa da região na tomada de decisões relativas ao processo de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas na região, principalmente no tocante ao impacto sobre a saúde das populações dos campos, florestas e águas, alvo principal de estudos desenvolvidos pela Fiocruz Amazônia. O evento é promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão, do Governo Federal.

A diretora da Fiocruz Amazônia, a pesquisadora em Saúde Pública, Stefanie Lopes, integra a comissão organizadora do evento pré-COP30, e estará presente, juntamente com a vice-coordenadora de Pesquisa do Escritório da Fiocruz Rondônia, Najla Matos. Também contribuirão nas discussões a vice-diretora de Pesquisa e Inovação, Michele Rocha El Kadri, o vice-diretor de Educação, Comunicação e Informação, Claudio Peixoto, o especialista em Saúde Pública Marcus Lacerda e os pesquisadores em Saúde Pública Alessandra Nava, Ormezinda Fernandes, Rodrigo Tobias, José Joaquim Carvajal, Jordana Herzog e Rita Bacuri.

“A COP30 é uma oportunidade histórica para reposicionar a Amazônia como protagonista das soluções climáticas do planeta. No Encontro da comunidade científica e tecnológica da Amazônia com o embaixador da COP30 André Corrêa do Lago, mostraremos que a ciência produzida aqui é estratégica para que o Brasil cumpra seus compromissos climáticos”, afirma Stefanie Lopes. Segundo a diretora da Fiocruz Amazônia, o documento que será entregue ao embaixador da COP 30 reúne décadas de pesquisa e inovação, com propostas concretas para mitigar e adaptar a região aos impactos das mudanças do clima. “A Fiocruz, instituição nacional presente na Amazônia desde o início da sua história e há 30 anos com sede na região, reafirma que falar de clima é falar de vidas. É reconhecer que secas extremas, inundações, queimadas e perda de biodiversidade já estão afetando a saúde das populações amazônicas, ampliando desigualdades e ameaçando o bem-estar de milhões”, enfatizou.

A Fiocruz defende a saúde como pilar da agenda climática: saúde planetária, que une justiça socioambiental, proteção da biodiversidade e qualidade de vida para todos. “A ciência feita na e para a Amazônia é um chamado à ação — e a COP30 precisa ouvir essa voz”, defende a pesquisadora. O evento pré-COP30 é realizado em parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Universidade Federal do Amazonas  e será nos dias 19 e 20 de agosto, no setor Sul do campus Sede da Ufam, localizado na avenida Rodrigo Otávio, 1.200, Coroado I.

A comissão organizadora é composta pelos seguintes órgãos e entidades: Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, vinculado à Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República; Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes/Norte); Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif/ Norte); Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); Fiocruz (MS); Instituto Evandro Chagas (IEC/MS); Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa); e Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG); Rede de Universidades Estaduais da Amazônia Legal (Abruem); além das Universidades Federais do Amazonas e do Pará (Ufam e UFPA).

Dirigida às instituições de ensino superior, pesquisa e inovação e às redes científicas e tecnológicas com atuação regional, a iniciativa se concretizará, no primeiro momento, pela submissão do documento ao evento e, em seguida, pela sua entrega formal à Presidência da COP30. Segundo a organização nacional, o conjunto de ações, programas ou tecnologias, desenvolvido no âmbito dessas entidades devem indicar as contribuições sobre a redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), o aumento da resiliência climática de ecossistemas e populações vulneráveis, e o fortalecimento de soluções sustentáveis baseadas na interlocução entre o conhecimento científico e o originário.

A programação contará com uma abertura e num segundo momento dividido em salas que estão segmentadas em seis eixos. São eles: Transição nos setores de energia, indústria e transportes; Gestão sustentável de florestas, oceanos e biodiversidade; Transformação da Agricultura e sistemas alimentares; Construção de resiliência em cidades, infraestrutura e água; Promoção do desenvolvimento humano e social; e Objetivos Transversais – Catalisadores e aceleradores, incluindo financiamento, tecnologia e capacitação. No dia seguinte, haverá a entrega de um documento consolidado contendo a síntese dos institutos de ciência e tecnologia (ICTs) da Amazônia para o atingimento das contribuições nacionalmente determinadas (NDCs) à COP 30.

ILMD/Fiocruz Amazônia, Por Júlio Pedrosa

Imagem: Divulgação / COP 30