Pesquisadora da Fiocruz Amazônia apresenta pesquisas científicas sobre onças durante evento temático no zoológico do CIGS
Na manhã desta quarta-feira, 27/11, a médica veterinária e pesquisadora em Saúde Pública do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) Alessandra Nava, apresentou a palestra “As onças na pesquisa científica”, como parte da programação do Seminário da Onça-pintada e da Biodiversidade: Desafios e Perspectivas para a Conservação”, promovido pelo Zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva (Zoo/CIGS). A ação faz parte da Semana da onça-pintada, evento alusivo ao Dia Nacional da Onça-pintada, celebrado no dia 29 de novembro e, que foi oficializado pela Portaria MMA N° 8, de 16 de outubro de 2018, reconhecendo a espécie como símbolo brasileiro da conservação da biodiversidade.
O seminário tem o objetivo de promover uma reflexão aprofundada sobre a importância da onça-pintada (Panthera onça) no contexto da biodiversidade e da conservação ambiental, além de discutir as ameaças que essa espécie enfrenta e as estratégias para sua proteção. A comemoração do Dia da Onça-pintada já é uma tradição do zoo CIGS, pois é o símbolo dos Guerreiros de Selva e, do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), que há quase seis décadas tem atuado de maneira incansável, para preservar esse animal tão imponente da fauna brasileira.
Na oportunidade, Alessandra Nava, falou sobre sua trajetória na pesquisa científica, bom como sobre o desenvolvendo de estudos com onças pintadas. “Eu adoro falar sobre onças, é um dos meus assuntos prediletos, pois amo as onças-pintadas, os felinos em geral. Hoje falamos sobre como escrever um projeto de pesquisa, como o pesquisador pode se inserir na questão das onças-pintadas. Falei um pouco sobre minha experiência, de parte do meu doutorado, que foi com onças-pintadas, falando sobre a sanidade delas, em relação ao problema do desmatamento, da caça predatória das onças, que começou a afetar a viabilidade de onças-pintadas no Brasil”, explica.
Durante a palestra, Alessandra Nava, explicou que as onças-pintadas, como predadores de topo, desempenham um papel fundamental para a manutenção do equilíbrio dos ecossistemas e, consequentemente, para a promoção da Saúde Única. “As onças pintadas são fundamentais para o equilibro do bioma em que estão presentes. A conservação da biodiversidade e saúde de seus biomas tem relação direta com a saúde única”, explica.
Voltado aos acadêmicos e profissionais da área de silvestres, o seminário não somente aborda as novidades sobre os felinos, como também abrange a riqueza de animais silvestres amazônicos, mostrando assim, um pouco da biodiversidade amazônica, contando com palestras e minicursos, aplicados por profissionais da área de animais silvestres da Amazônia e de todo o Brasil.
De acordo com a Tenente Coronel, Simone Falcão de Campos, Chefe do Zoo CIGS, o seminário foi planejado para subsidiar conhecimento aos estudantes e profissionais da área que atuam tanto na parte clínica, quanto no desenvolvimento de pesquisas com a espécie. “Pensamos em uma semana com palestras que possam agregar valor para os estudantes e para os profissionais de Manaus. Quando planejamos a semana, visamos falar um pouco sobre pesquisa, sobre a parte clínica e, quando pensamos em pesquisa, automaticamente associamos à Fiocruz Amazônia, que juntamente com a professora Alessandra Nava, são parceiros do CIGS. Para nós é um referencial de pesquisa na área, e por esse motivo, agradecemos a disposição da Fiocruz, que muito nos ajudou nesta semana, falando sobre seus projetos científicos.
SOBRE A PALESTRANTE
Graduada em Medicina Veterinária e Doutora em Medicina Veterinária, com ênfase em Epidemiologia, Alessandra Nava, atua na área de Medicina Veterinária, bem como na sub área Medicina Preventiva. A pesquisadora desenvolve estudos envolvendo as seguintes disciplinas: Ecologia de doenças infecto contagiosas, Doenças emergentes, Saúde Pública, Medicina da Conservação, Epidemiologia, Biologia da Conservação e Enfermidades Infecciosas.
Pesquisadora do ILMD/Fiocruz Amazônia, faz parte do Laboratório de Ecologia de Doenças Transmissíveis na Amazônia (EDTA). Sua linha de pesquisa é relacionada aos efeitos antrópicos na prevalência e emergência de enfermidades zoonóticas, em animais silvestres e população humana.
No campo do ensino, é docente permanente do Programa de Pós-Graduação Stricto sensu em Biologia da Interação Patógeno Hospedeiro (PPGBio-Interação), do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Condições de Vida e Situações de Saúde na Amazônia (PPGVIDA), e docente do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Saúde da Família (Profsaúde). Alessandra é ainda membro do laboratório Planetary Health e da Academia de Saúde Global da Universidade de Edimburgo, além de membro do grupo de especialistas em Peccaries da International Union for Conservation of Nature (IUCN).
ENCERRAMENTO
O evento encerra nesta quinta-feira, 28/11, com a apresentação das palestras: Aprendizagem significativa na Educação Básica em Zoológicos brasileiros; Biotecnologias reprodutivas aplicadas à conservação da onça-pintada. Para mais informações, confira a programação.