Fiocruz Amazônia apresenta devolutiva de projeto Modernização de laboratório de pesquisa financiado pela FINEP
O pesquisador Felipe Naveca, coordenador do Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Reemergentes ou Negligenciados do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), apresentou na última quinta-feira, 23/11, para a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) a devolutiva dos resultados obtidos através do projeto: Modernização do laboratório multiusuário da Fiocruz-Amazônia, Chamada Pública MCTIC/FINEP/FNDCT/AT – AMAZÔNIA LEGAL – 04/2016. A apresentação ocorreu na sede da Fiocruz Amazônia, com a presença da analista Gilka Soares Rodrigues, representante da FINEP.
O projeto teve a finalidade de modernizar a infraestrutura do Laboratório Multiusuário do ILMD-FIOCRUZ através da aquisição de novos equipamentos que atendiam a demanda de projetos de pesquisa internos e de parceiros externos da Região Norte e outras regiões do país. “Fazer a prestação de conta para a Finep, que é uma das grandes agências que financiam a pesquisa no país, é um momento importante. A gente precisa dar essa devolutiva, afinal de contas são recursos públicos que foram empregados aqui”, destaca o coordenador do projeto Felipe Naveca.
O financiamento beneficiou diversas atividades de modernização na infraestrutura do Laboratório, que resultam em melhores condições para o atendimento de demandas relacionadas aos estudos realizados na instituição. Reordenamento dos espaços reservados destinados ao recebimento dos equipamentos; Aquisição de equipamentos que darão suporte ao desenvolvimento dos projetos; Garantia do Suporte institucional Vice-Presidência da FIOCRUZ e/ou a Direção do ILMD para que os equipamentos tenham contratos de manutenção custeados; Disponibilização dos novos equipamentos adquiridos para os programas de pós-graduação do ILMD e de parceiros externos; Preparação e realização dos procedimentos no laboratório multiusuário, foram algumas das ações atendidas no período de realização do projeto, que coincidiu com o período da Pandemia de COVID-19.
“Quando nós fizemos esse projeto, não tínhamos como prever que iria acontecer uma pandemia, mas mostrou-se com o tempo que o investimento feito importante e utilizado durante a pandemia e, nos ajudou a responder melhor. Essa preparação para estarmos respondendo a essas demandas, nos mostra que a gente precisa estar cada vez mais preparado, pois essas situações vão ocorrer. Ter a FINEP como parceira foi fundamental para fortalecer essa estrutura na Fiocruz Amazônia, para darmos a resposta que demos durante a pandemia no Estado do Amazonas e na Amazônia como um todo, visto que nós apoiamos outros estados também”, explicou.
Durante a apresentação, Naveca destacou algumas ações oportunizadas por meio da aquisição de equipamentos que possibilitaram o processamento de amostras por PCR em Tempo Real. O pesquisador apresentou ainda, o indicador físico de testes realizados por ano, o que demonstra a importância da continuidade do trabalho realizado. As reações de PCR em tempo real, foram realizadas para detecção de arbovírus, vírus respiratórios e outros agentes infecciosos.
Algumas aquisições como o termociclador Mic qPCR Cycler, possibilitaram a realização de processamento de amostras in loco, durante duas viagens para campo, realizadas pela equipe do laboratório. Utilizado pelos melhores institutos do mundo, o equipamento garante resultados rápidos e altamente precisos.
Para a representante da FINEP, Gilka Soares Rodrigues, apesar de não ter recebido uma verba tão alta, o projeto possui méritos que precisam ser parabenizados, em especial pelo bom emprego do recurso público. “Dinheiro público temos que usar da melhor forma possível e, esse foi muito bem utilizado. Eu acompanho muito projetos, já trabalho nessa área há 20 anos e, escolho a dedo os que a gente pode colocar nessa lista de melhores. Me chamou bastante atenção, esse período pelo qual enfrentamos a pandemia, pois eu não tinha ideia do quanto eles fizeram aqui na Amazônia. Muitas vezes não temos essa ideia por estarmos muito longe. Os laboratórios novos estão excelentes, com equipamentos muito bem utilizados. Acredito que mereciam até um suporte maior, inclusive iremos conversar com nossa direção para ver o que podemos fazer nesse sentido, pois agora estão surgindo novas demandas”, destaca Rodrigues.
A analista enfatizou também a importância de pensar a descentralização de recursos para regiões do país que necessitam de incentivo por serem regiões menos favorecidas. “As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste sempre foram muito carentes, e acabam ficando sempre para depois. Precisamos melhorar essa nossa ideia antiquada de que são regiões iguais as outras. Na hora de distribuir verbas, os recursos acabam se concentrando mais no Sul e Sudeste, e isso não é justo. Na maioria das chamadas sempre temos um percentual maior para ser aplicado nessas regiões menos favorecidas”.
FORTALECIMENTO DA INFRAESTRUTURA DAS INSTITUIÇÕES DE PESQUISA
A Chamada pública MCTIC/FINEP/FNDCT/AT – AMAZÔNIA LEGAL – 04/2016, visou o apoio à infraestrutura de projetos de pesquisa de Instituições Científicas e Tecnológicas da Amazônia Legal. Através deste edital de financiamento, a Finep selecionou propostas para apoio financeiro a projetos de infraestrutura básica para pesquisa em instituições de pesquisa científica e tecnológica públicas ou privadas sem fins lucrativos, sediadas nos Estados que integram a área de abrangência da Amazônia Legal.
A iniciativa teve foco no fortalecimento da infraestrutura das instituições de pesquisa científica e tecnológica sediadas e com atuação específica na região que compreende a Amazônia Legal, bem como seus projetos de pesquisa com foco exclusivo nas questões regionais, por meio da aquisição e manutenção de equipamentos básicos, preferencialmente para uso compartilhado.