Nações Unidas farão reunião inédita sobre resposta à epidemia de tuberculose

O ano de 2018 é crucial para a comunidade internacional impulsionar o progresso no sentido de acabar com a epidemia de tuberculose (TB) até 2030 como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Em setembro, os Estados-membros da ONU se encontrarão em Nova Iorque para a Reunião de Alto Nível das Nações Unidas sobre Tuberculose para mostrar liderança política e compromisso de acabar com a tuberculose até 2030.

Alguns dos principais desafios na resposta, incluindo a necessidade de equidade e garantia que os grupos vulneráveis tenham acesso aos serviços de TB, serão abordados no encontro, assim como a necessidade de disponibilizar o teste e o tratamento da TB nos serviços de atenção primária e a necessidade urgente de mobilização de recursos.

Em preparação para este evento histórico — a primeira Reunião de Alto Nível das Nações Unidas sobre Tuberculose — líderes de todo o mundo se encontraram em Nova Deli, na Índia, nos dias 14 e 15 de março, para a ‘Conferência Fim da TB’.

“Vamos garantir que os compromissos para acabar com a tuberculose sejam cumpridos. O cumprimento das metas exigirá inovações, bem como novas ideias de implementação. A Índia está empenhada em apoiar os países vizinhos na luta contra a doença”, disse J. P. Nadda, ministro da Índia para a Saúde e o Bem-Estar da Família.

Em 2016, o déficit estimado de financiamento para os programas de TB era de US$ 2,3 bilhões. Além disso, houve uma queda de US$ 1,2 bilhão nas pesquisas científicas sobre TB. A necessidade urgente de aumentar os investimentos em inovação será destacada na preparação para a Reunião de Alto Nível como parte dos esforços para trazer diagnósticos e tratamentos do século XXI e uma vacina para a resposta à tuberculose.

“Líderes em todo o mundo precisam aproveitar esta oportunidade, assumir compromissos ousados e tomar a decisão de acelerar a resposta para o fim da tuberculose. As ações que seguirão os compromissos deverão ser ousadas e tomadas por ministérios da Saúde, outros ministérios, setor privado, sociedade civil e comunidades”, disse Isaac Folorunso Adewole, ministro da Saúde da Nigéria.

A tuberculose existe há milhares de anos, mas ainda é uma grande crise global de saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que, em 2016, cerca de 1,3 milhão de pessoas morreram devido à tuberculose e que outras 400 mil pessoas vivendo com HIV morreram devido à coinfecção TB/HIV – reportadas globalmente como mortes relacionadas à AIDS.

“Não vamos eliminar a tuberculose com apenas uma abordagem de cima para baixo. Devemos trabalhar juntos para capacitar as comunidades para apoiar a luta contra a TB. Este movimento deve ir muito além da comunidade médica”, disse Soumya Swaminathan, vice-diretora-geral da OMS.

As pessoas que vivem com HIV são particularmente afetadas pela tuberculose. Um em cada 10 casos de tuberculose ocorre entre pessoas vivendo com HIV e uma em cada quatro mortes por TB está associada ao HIV. Apesar de ser evitável e curável, a tuberculose foi a nona principal causa de morte em todo o mundo em 2016.

“Muitas pessoas ainda não têm acesso ao tratamento. Precisamos olhar para as estratégias para aumentar o acesso aos cuidados, particularmente para aqueles que estão mais marginalizados e que não têm acesso no momento”, disse Tim Martineau, diretor-executivo adjunto do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS).

O UNAIDS e a Parceria Stop TB têm uma colaboração de longa data, trabalhando em conjunto para defender, monitorar e apoiar programas para pessoas e países afetados pelas epidemias conjuntas globais de TB e HIV.

O Conselho da Parceria Stop TB oferece liderança e direção, monitora a implementação de políticas, planos e atividades acordados da Parceria e garante uma coordenação harmoniosa entre os componentes da Parceria Stop TB.

Fonte: ONU BR

Foto: John Era