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O município de Tabatinga (AM) recebe nesta semana profissionais de saúde do Brasil, Peru e Colômbia para o Curso de Especialização em Vigilância em Saúde na Rede de Atenção Primária à Saúde (APS) na Tríplice Fronteira do Alto Solimões, oferecido pelo Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia).
A abertura do curso ocorreu na segunda-feira (23/10), no auditório do Instituto Federal do Amazonas (Ifam/Campus Tabatinga) e contou com a presença de autoridades, parceiros e alunos.
O curso inicia com 45 alunos, sendo 33 brasileiros e 12 profissionais da Colômbia e do Peru. A mesa de abertura foi composta por Carlós Campelo (Organização Panamericana de Saúde – Opas), Edgard Magalhães (Assessoria de Assuntos Internacionais de Saúde do Ministério da Saúde – Aisa/MS), Miriam de Moura Mar (Laboratório de Fronteira de Tabatinga), Hermísio Coelho Pedrosa (Coordenadoria Regional da Fundação Nacional do Índio – Funai), Ercivan Gomes de Oliveira (Ifam/Campus Tabatinga), Fernando Herkrath (coordenador do curso, do ILMD/Fiocruz Amazônia) e Sérgio Luz (diretor do ILMD/Fiocruz Amazônia).
Sérgio Luz revelou que há algum tempo a Fiocruz Amazônia vinha tentando trazer um curso dessa magnitude para os profissionais que atuam no Alto Solimões, na tríplice fronteira, e que dessa vez, com apoio dos parceiros, foi possível para a Fiocruz oferecer curso presencial, que une a parte de vigilância com a atenção primária e percebe essa região como um único território.
“Nossa finalidade com este curso é justamente capacitar os profissionais que estão à frente desses serviços e começar a ter um olhar diferenciado para essa região, que será transformado em medidas diretas para a população que aqui vive, e que enfrenta sérios problemas de saúde. Esse quadro nós começamos a reverter, a partir do momento em que se tem profissionais mais capacitados e prontos para agir e pensar o que é melhor para resolução dos nossos problemas”, disse Sérgio Luz.
Carlós Campelo, parabenizou a Fiocruz Amazônia pela iniciativa e disse que a proposta do curso de integrar a vigilância em saúde com a atenção primária é uma oportunidade e também um desafio, especialmente por estar numa região de fronteira amazônica. “Esse curso vai ter muita história a contar”, presumiu, recomendando também que os alunos aproveitem o curso ao máximo.
Edgard Magalhães lembrou que a Aisa-MS é apoiadora do curso desde a sua concepção, principalmente por apresentar uma possibilidade de proposta internacional e por pensar a vigilância em saúde e a atenção primária não só na bacia do Rio Solimões, mas também do Rio Amazonas, que é uma bacia plurinacional e que compartilha as mesmas experiências, o que torna o curso uma oportunidade riquíssima.
Para Fernando Herkrath, o curso é resultado um grande esforço e investimento das instituições e profissionais envolvidos para a realização da especialização em Tabatinga. Além disso, haverá um esforço permanente no decorrer do curso, para a compreensão por parte dos alunos, dos distintos sistemas de saúde e de vigilância dos países envolvidos, como ferramenta indutora de futuros programas e ações conjuntas.
ALUNOS
Para o aluno Moisés Solimões Pinheiro, antropólogo, que atua na vigilância sanitária, no município de Benjamin Constant (AM), região fronteiriça, o curso é uma oportunidade para enriquecer o conhecimento e também melhorar o serviço que desempenha na fronteira com o Peru.
O agente de endemias, Adriano Saldanha, também de Benjamim Constant, espera aprimorar seus conhecimentos e tornar-se multiplicador de tudo que aprender para compartilhar com os outros profissionais de saúde que atuam na fronteira.
Para a bióloga e especialista em análises clínicas, Deijane Alves Grandes, de Tabatinga, que trabalha na Prefeitura, o curso é uma excelente oportunidade para interagir com outros profissionais da saúde e, a partir dessas experiências, enriquecer seu conhecimento, juntamente com o que for levado pelos professores.
Para Wieslawa Guivanni Alava Flores, do Centro de Investigacion em Enfermidades Tropicales – INS-Cietrop, de Iquitos – Peru, o curso irá oferecer uma grande oportunidade de integração e discussão em torno das endemias comuns na região.
INÍCIO DAS AULAS
Após a abertura do evento, os alunos deslocaram-se à sala de aula, no Ifam/Tabatinga, para receberem informações sobre o curso, tais como carga horária, presença, sistema de avaliação etc. Em seguida, iniciaram o primeiro módulo: “Políticas de saúde, o território e o contexto da APS em regiões de fronteira”, ministrado por professores da Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo (ProEpi/MS).
Segundo a professora Sarah Ferraz, do ProEpi/MS, que atua em saúde pública, saúde coletiva e em vigilância em saúde com foco em APS, a disciplina tem como finalidade fazer a integração entre os alunos, conduzindo-os para que cada um conheça um pouco do cenário do outro, de outro país, e discutir possibilidade de integração entre países e sistemas de saúde.
Ainda nesta semana, os alunos terão Metodologia, com o coordenador e professor do curso, Fernando Herkrath.
PARCEIROS
O curso é resultado de parceria com a Opas, Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), Aisa-MS, Programa de Doenças Sexualmente Transmissíveis – Aids do Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas (Susam), Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Amazonas (Cosems-AM), Ifam/Campus Tabatinga, ProEpi/MS e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).